O crescimento da população mundial, agora próximo dos 8 mil milhões de pessoas, vai implicar um aumento significativo do consumo. Esse aumento será uma realidade mesmo que a humanidade faça todos os esforços para reduzir os padrões de consumo e passe a utilizar os recursos com mais eficiência, incluindo a reciclagem e a reutilização por meio de uma abordagem em cascata.
Este aumento dita a necessidade de acelerar a transição do atual modelo económico insustentável para uma bioeconomia circular, que pode promover o uso sustentável de madeira em alternativa a materiais como cimento, aço, plásticos ou têxteis. Esta transição para uma bioeconomia circular poderá ter um papel vital para reduzir a poluição, mitigar os efeitos das alterações climáticas e para reverter a perda de biodiversidade.
Uma parte da solução para sustentar o aumento do consumo e da procura de madeira e produtos madeireiros será através de plantações. Embora a gestão florestal sustentável de florestas naturais continue a contribuir para o abastecimento global de matérias primas, as plantações são um complemento essencial, pois existe um limite à quantidade de madeira que podemos colher de forma sustentável a partir das florestas naturais.
“Quando trabalhamos em larga escala nos territórios, é possível compatibilizar a atividade produtiva – florestal e agrícola – com o restauro dos ecossistemas. Ao otimizar a utilização do solo para estes vários usos, estamos também a contribuir para reverter a perda de biodiversidade, porque o restauro ecológico vai-nos permitir inserir nesses territórios os ecossistemas que ao longo dos últimos séculos fomos perdendo”.
A mudança para a bioeconomia oferece novas oportunidades para um modelo sustentável de desenvolvimento rural, aumentando o valor gerado pela floresta e a agricultura, ajudando a reduzir as emissões de carbono. “Hoje, do ponto de vista da tecnologia e do conhecimento, conseguimos produzir com uma base não fóssil todos os materiais, produtos e serviços que antes dependiam desta base fóssil. Se com isto estivermos a ocupar o território com mais e melhor floresta, contribuímos para prestar um dos serviços ambientais que é mais necessário: a absorção de dióxido de carbono”.
À luz das crises climáticas, de saúde e ambiente, esta é uma oportunidade a não perder para restaurar ecossistemas, reter carbono, promover o desenvolvimento rural e produzir o que a sociedade do século XXI procura, através de uma nova geração de plantações.