Há uma verba de mil milhões de euros para financiar projetos colaborativos de investigação e inovação que impulsionem o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal). A iniciativa, no âmbito do programa Horizonte 2020, foi lançada pela Comissão Europeia em setembro e o prazo de receção de propostas decorre até 26 de janeiro de 2021. A biodiversidade e os ecossistemas são um dos eixos temáticos deste financiamento Green Deal.

Os exigentes desafios do contexto atual – agravados pela pandemia do novo coronavírus – estão na base do convite à apresentação de propostas, que destoa das calls anteriores do Horizonte 2020. No financiamento Green Deal, o foco está nos projetos que possam obter resultados a curto e médio prazo, com rápida escalabilidade, divulgação e adoção. Ou, nas palavras da Comissária europeia da Inovação e Investigação, Marya Gabriel, “procuramos ações específicas que interajam com os cidadãos de formas inovadoras e aumentem a relevância e o impacto social”.

A procura de resultados mais céleres é o sinal da Comissão Europeia de que é urgente recuperar a Europa da crise (económica, climática e de saúde), acelerando a dupla transição ecológica e digital. Para tal, este convite à receção de propostas está direcionado a projetos que transformem os desafios ecológicos atuais em oportunidades de inovação e crescimento. Os projetos têm de ser pensados numa perspetiva colaborativa, unindo diferentes parceiros europeus.

Que áreas estão abrangidas por este financiamento Green Deal?

Nesta que é a última e maior call do Horizonte 2020, existem oito domínios temáticos a financiar, que refletem as prioridades do Green Deal:

1. Aumentar a ambição climática, incluindo a prevenção e combate a incêndios rurais de última geração através de soluções inovadoras;
2. Energia limpa, acessível e segura, considerando também tecnologias inovadoras offshore e em terra;
3. Mobilizar a indústria para uma economia circular e limpa, incluindo fechar o ciclo de carbono na produção industrial para combater as alterações climáticas;
4. Edifícios inteligentes em termos de energia e recursos, com foco na construção e reabilitação;
5. Mobilidade sustentável e inteligente, principalmente em aeroportos e portos “verdes”;
6. Do prado ao prato, com ênfase na demonstração de soluções inovadoras para a sustentabilidade de toda a cadeia alimentar;
7. Biodiversidade e ecossistemas, especialmente a recuperação de biodiversidade e serviços do ecossistema;
8. Poluição zero, ambiente livre de substâncias tóxicas, incluindo soluções inovadoras para proteger o ambiente, a saúde e os recursos naturais de poluentes orgânicos persistentes.

Projetos de proteção, resiliência e valorização das florestas europeias podem ser integrados, por exemplo, nos temas relacionados com ambições climáticas, economia circular e biodiversidade e ecossistemas.

Além dos oito domínios temáticos, o convite à apresentação de propostas prevê ainda dois domínios horizontais (reforço de conhecimentos e capacitação cidadã) para que sejam incorporadas também perspetivas a longo prazo nos projetos.

Os projetos selecionados pela Comissão Europeia devem começar no outono de 2021. Saiba mais sobre o financiamento Green Deal do Horizonte 2020 no comunicado oficial.

Imagem (adaptada): © European Commission