Um pouco por todo o país são várias as entidades que estão a “recrutar” voluntários para dar uma mão à natureza e à floresta. Desde a plantação de árvores ao acompanhamento das crias do lince ibérico, há muito onde ajudar. Conheça algumas oportunidades para começar já em maio de 2021.
Quer plantar uma árvore e melhorar a quantidade e qualidade da zona de floresta nativa na Área Metropolitana do Porto? Integrar o Centro Nacional de Reprodução do Lince? Ou identificar espécies invasoras? Em diversos pontos do país, várias entidades estão à procura de voluntários para ajudar na preservação do ambiente. Em troca dão formação e alguns benefícios, mas sobretudo uma oportunidade única de aprendizagem em plena natureza.
Em Silves, o programa de voluntariado do Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico (CNRLI) tem abertas quatro vagas para voluntários, de acordo com informação do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Os candidatos, com formação nas áreas de ciências naturais, serão integrados na equipa de etologia (área da biologia que estuda o comportamento animal) e videovigilância do CNRLI. Entre as suas tarefas, está o acompanhamento da evolução das competências físicas e comportamentais das pequenas crias do lince ibérico (Lynx pardinus). Esta é uma fase determinante para o sucesso da reintrodução de cada cria no meio natural e inclui etapas como o desmame, o desenvolvimento locomotor e as técnicas de caça.
O programa tem uma duração de pelo menos três meses, entre maio e julho.
Mas há mais iniciativas para descobrir no território nacional. Por exemplo, a MONTIS – Associação para a Gestão da Natureza, sedeada em Vouzela, está à procura de voluntários para a conservação da natureza por um período mínimo de dois meses. Para se poderem candidatar, os interessados devem ter entre 18 e 30 anos e, preferencialmente, disponibilidade para abraçar o projeto durante os meses de maio e junho.
A iniciativa é desenvolvida no âmbito do projeto Volunteer Escapes – Volunteer with European Solidarity Corps for Activities in Portugal with Ecological Sense, apoiado pelo programa LIFE.
Este projeto conta com uma parceria de âmbito nacional que integra nove entidades e já mobilizou mais de 170 voluntários. Os programas de voluntariado são de longa duração (entre os 2 e os 12 meses) e contemplam várias atividades relacionadas com a proteção ambiental e a conservação da natureza e biodiversidade, principalmente em sítios da Rede Natura 2000 e espécies protegidas pela Diretiva Aves e Habitats.
Também a Plantar uma Árvore, associação que desenvolve e implementa programas de voluntariado, de curta e longa duração, para a recuperação de áreas ecologicamente degradadas através da restituição de bosques nativos e espécies autóctones, está de portas abertas para receber candidatos. Os voluntários serão integrados nas equipas no Parque Natural de Sintra Cascais, bem como na zona de Rede Natura 2000, na Serra do Alvão, durante um período que pode variar entre os dois e os seis meses.
Esta é mais uma das entidades parceiras do projeto Volunteer Escapes e os voluntários podem ser envolvidos em atividades muito diversas, que vão desde a identificação de espécies invasoras a remover à plantação de espécies autóctones, passando pela manutenção de áreas plantadas, gestão e valorização de percursos pedestres ou execução de projetos de engenharia natural para restauro de linhas de água.
Nos últimos anos, têm sido muitos aqueles que têm abraçado o voluntariado florestal e ambiental. Em 2018, 695 mil portugueses participaram em ações formais de voluntariado, dos quais cerca de 3,6% participaram em atividades de cariz ambiental, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística.
Em 2019, o número de voluntários ao serviço nas Organizações não governamentais de ambiente cresceu 8,3%. Os voluntários das associações de ambiente foram, nesse ano, homens e mulheres (50,3% de mulheres, 49,7% de homens), de idade compreendida entre os 26 e os 50 anos e formação superior, lê-se nas Estatísticas do Ambiente 2019, lançadas pelo INE.