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17.10.2022

Dia Europeu do Saco de Papel: inovação rumo a embalagens mais sustentáveis

Dia Europeu do Saco de Papel: inovação rumo a embalagens mais sustentáveis

Assinala-se a 18 de outubro o Dia Europeu do Saco de Papel. O objetivo é sensibilizar os consumidores para as vantagens ambientais desta e de outras embalagens mais sustentáveis – já no mercado e em desenvolvimento – que constituem alternativa aos sacos, invólucros e vários outros utensílios de origem fóssil.

O Dia Europeu do Saco de Papel foi instituído em 2018, pela plataforma The Paper Bag, da principal associação europeia de produtores de papel na Europa. Outras datas simbólicas, como o Dia Internacional Sem Sacos de Plástico (3 de junho), vieram reforçar a ideia de que é preciso agir para reduzir impactes ambientais e que grande parte da mudança está nas mãos dos consumidores.

A outra parte, relacionada com a disponibilidade de alternativas para embalagens mais sustentáveis– como as destinadas a alimentos com gordura, frescos ou para contenção de líquidos – está nas mãos dos departamentos de investigação e desenvolvimento da academia e da indústria que intervêm na cadeia de produção de embalagens, desde a química à de base florestal.

Durante os últimos anos têm sido anunciados os mais variados progressos, desde as embalagens para uso único (descartáveis) às mais complexas, como é o caso dos recipientes para guardar alimentos com gordura ou das garrafas:

  • A Heinz e a Pulpex estão a desenvolver uma garrafa com base em papel, 100% de pasta proveniente da madeira. A inovação está em fase de protótipo;
  • A Carlsberg e a SCA estão também a desenvolver uma garrafa de cantos curvos, com o exterior feito de fibras de madeira e o interior num polímero à base de lenhina – um componente da madeira. A inovação encontra-se em teste e avaliação junto de uma amostra de consumidores;
  • A UPM está a começar a introduzir embalagens de papel com barreiras protetoras (incluindo uma barreira de óleo mineral) que permitem maior resistência à humidade e gordura, para guardar alimentos secos, processados e congelados;
  • A portuguesa The Navigator Company tem disponível uma gama alargada (gKraft) de sacos, bolsas, caixas e cuvetes, com uma tecnologia que permite baixa gramagem mantendo a resistência (redução de matéria-prima), em papel 100% proveniente de fibras virgens e certificado para contacto com alimentos. A gama permite, assim, o uso na restauração – take-away por exemplo;
  • A Smurfit Kappa tem disponível um papel de embalagem resistente à água, cuja barreira à humidade não compromete a sua reciclabilidade e que é também adequado para embalagens de uso único, no transporte e acondicionamento de produtos com humidade.

Além da substituição de materiais de base de base fóssil, não renováveis e mais poluentes, por biomateriais que viabilizam embalagens mais sustentáveis, a redução da quantidade de matérias-primas utilizadas tem sido outra das metas em foco, seja pela diminuição da espessura ou pela adequação da sua dimensão ao conteúdo, reduzindo o uso de recursos e evitando o desperdício.

Apesar dos avanços, muitas das soluções mais desafiantes continuam ainda em protótipo e teste. A passagem da fase de desenvolvimento para a produção massificada implica tecnologia e tempo, assim como desafios legais, inclusive de segurança, a que é preciso dar resposta.

Embalagens mais sustentáveis: desafios legais para cumprir metas ambientais

Em 2021, foi proibida a comercialização na Europa de plásticos de uso único para uma série de utensílios – palhinhas, pratos, talheres, copos, entre outros – que tinham já alternativas mais sustentáveis, no âmbito do Plano de Ação para a Poluição Zero.

Já em outubro de 2022, a União Europeia passou a contar com novas regras relativamente aos plásticos reciclados para utilização em embalagens que estarão em contactos com alimentos. Os níveis de segurança destes materiais necessitam de ser muito elevados para assegurar a proteção da saúde humana, uma questão que se mantém em aberto nos papéis e cartões reciclados para embalagens de alimentos.

Futuras revisões da regulação sobre os materiais e objetos destinados a entrar em contacto com alimentos e sobre a embalagem poderão trazer novos desafios à cadeia de inovação e à produtiva, em especial na área das embalagens para alimentos, de modo a conjugar os objetivos europeus de uma série de planos e estratégias, onde se incluem, entre outros, o Plano para a Economia Circular, a Estratégia do Prado ao Prato e a “Estratégia para produtos químicos sustentáveis”.