A cortiça e os serviços silvícolas – que incluem, entre outros, florestação e reflorestação, limpeza e desbastes, corte e recolha de madeira (rechega de madeira) e construção de caminhos – deram o maior contributo para o desempenho positivo do sector da silvicultura em 2018, que cresceu 105,9 milhões de euros, ou seja, mais 8% em valor face ao ano anterior. Este incremento compensou o decréscimo de valor proveniente da produção de madeira.
A produção de cortiça, que tem vindo a crescer desde 2013, registou um aumento de 63 milhões de euros, mais 25,1% do que em 2017. Este valor reflete um aumento em volume (+6%) e preço (+18%), que resulta da venda de cortiça de qualidade superior para rolhas e outros produtos.
A prestação de serviços silvícolas e de exploração florestal viram o seu valor aumentar cerca de 71 milhões de euros, ou seja mais 21,7% relativamente a 2017. Este número resulta do aumento de 83,3 milhões de euros (+37%) em serviços silvícolas e de exploração florestal – principalmente do corte e rechega de madeira de madeira e da construção de caminhos corta fogos – que compensou uma diminuição de cerca de 12,4 milhões de euros (-12%) no valor de florestações e reflorestações.
Em 2018, decresceu em 4,8 milhões de euros o valor representado pela remoção de madeira de resinosas para fins industriais (-3,1%), revela o INE, embora os diferentes tipos de madeira registem comportamentos diferentes. A madeira para serrar (pinheiro-bravo para uso em mobiliário, construção, paletes e caixas) e a madeira para triturar (pinheiro bravo para aglomerados) tiveram ambas uma quebra na ordem dos 3%. Já a madeira para outros fins (que não serrar, triturar e energia – designada por outra madeira), teve uma quebra superior a 9%. Parte desta redução é atribuída pelo instituto oficial à diminuição de madeira existente em resultado dos incêndios de 2017.
O mesmo aconteceu em relação à disponibilidade de madeira de folhosas para fins industriais, cujo valor decresceu 9,1 milhões de euros (-3%), de 2017 para 2018. Embora a oferta de madeira para serrar tenha permitido um aumento de 350 mil euros (+7,6%), o valor da madeira para triturar (eucalipto para produção de pasta) decresceu 9,3 milhões de euros (-3,2%) e o da outra madeira diminuiu 120 mil euros (-6,5%), mantendo este segmento no vermelho.
O valor da madeira removida para energia (pellets, briquetes e lenha) também decresceu em 2,2 milhões de euros (-4,4%), uma realidade que o INE relaciona com a inatividade de algumas fábricas “que sofreram graves danos ou ficaram completamente destruídas durante os incêndios de 2017”. “A grande disponibilidade de madeira queimada” resultante dos incêndios desse ano motivou a baixa de valor, uma vez que levou a um aumento de matéria-prima para fins energéticos.