Nessa altura, é crítico para o proprietário florestal conhecer o volume presente na sua propriedade para que possa negociar de forma informada a venda da madeira.
A realização de inventário florestal é uma prática que permite aferir o estado produtivo e fitossanitário de um povoamento florestal. Em Portugal, é um tema que tem sido estudado de forma aprofundada por diversas instituições de investigação e ensino nas últimas décadas. Têm sido desenvolvidos modelos de volume e crescimento para as principais culturas florestais de produção que nos permitem obter estimativas cada vez mais exatas e precisas.
Em primeiro lugar, é importante conhecer a área da propriedade efetivamente ocupada pelo povoamento florestal. É essencial identificar os limites, a orografia e também a ocupação: Que culturas tenho? São povoamentos puros ou mistos? Foram plantados em que data? Este é o primeiro passo para definir um plano de amostragem, que estabelece a quantidade e o tamanho das parcelas a amostrar.
De um modo geral, em Portugal, para povoamentos regulares, são instaladas parcelas de inventário circulares, com áreas entre os 400 m2 e os 500 m2 (com as exceções de povoamentos com densidade tipicamente mais baixa, como o sobreiro e a azinheira, que implicam a utilização de parcelas de 2000 m2). Para que as amostras sejam representativas do povoamento é preciso analisar a propriedade. Embora se possa moderar a amostragem no caso de terrenos mais planos e homogéneos, em terrenos heterogéneos e com orografia mais acentuada é aconselhável que a amostragem seja superior, com pelo menos uma a duas parcelas por hectare.
Depois, cada uma das parcelas definidas tem de ser avaliada. Tradicionalmente, medem-se os diâmetros à altura do peito (a 1,3 metros do solo) de cada uma das árvores, com suta ou fita de diâmetros, e são também medidas as alturas das árvores dominantes (as de maior diâmetro), com recurso a um hipsómetro.
Em paralelo, são também registadas as informações relevantes para aferir o vigor e a fitossanidade do povoamento. Identificam-se as plantas doentes, tortas, mortas ou com conformações atípicas.
Todos estes dados são depois utilizados para, em conjunto com os modelos reconhecidos, estimar qual o volume atual da parcela (e do povoamento), podendo ainda ser realizadas previsões para o volume de madeira nos próximos anos.