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21.01.2020

2020 é o Ano Internacional da Sanidade Vegetal

2020 é o Ano Internacional da Sanidade Vegetal

As Nações Unidas proclamaram 2020 como o Ano Internacional da Sanidade Vegetal (IYPH – International Year of Plant Health), numa oportunidade única de captar atenção global para a importância da saúde das plantas. O lançamento oficial foi feito a 2 de dezembro, pela FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

 

O Ano Internacional da Sanidade Vegetal assume-se como uma forma de mobilizar governos, indústrias, organizações da sociedade civil, cientistas e público geral para um maior envolvimento neste tema. As Nações Unidas esperam que este envolvimento se concretize em quatro dimensões:

– Cooperação entre entidades, para que possam trabalhar juntos na proteção das plantas contra pragas;

– Incentivo à inovação científica nesta área;

– Promoção de práticas responsáveis que reduzam a disseminação de pragas;

– Aumento do apoio do sector público e privado a mais estratégias e serviços sustentáveis de sanidade vegetal.

Para marcar o Ano Internacional da Sanidade Vegetal, diversos eventos relacionados com o tema estão a ser planeados e dinamizados, um pouco por todo o mundo, indica a organização no website oficial do IYPH. A tipologia é variada:  de conferências e sessões de debate sectoriais a eventos culturais ou concursos, o essencial é promover o Ano Internacional e aumentar o conhecimento generalizado sobre a saúde das plantas.

Em Portugal, por exemplo, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) vai promover um Seminário sobre as Questões Fitossanitárias do Castanheiro e da Castanha, no próximo dia 31 de janeiro, inserido nas comemorações do Ano Internacional da Sanidade Vegetal. Já a nível global, é possível participar no Concurso de Fotografia oficial do Ano Internacional, que irá premiar fotografias de plantas afetadas por pragas ou fotografias de plantas saudáveis, que demonstrem a sua beleza e importância como fonte de oxigénio, alimentação e proteção ambiental.

O objetivo das Nações Unidas é que o leque de atividades dinamizado ao longo do ano contribua para reforçar a mensagem de que a proteção da saúde das plantas é essencial para proteger o ambiente, aumentar o desenvolvimento económico, incrementar a segurança alimentar e reduzir a pobreza.  De recordar que as pragas invasoras são um dos maiores fatores de perda de biodiversidade em todo o mundo. Em termos económicos, as pragas e doenças afetam recursos vegetais essenciais ao comércio de bens alimentares e às indústrias de base alimentar e florestal.

 

Fitossanidade florestal: como está a saúde das florestas?

As questões de sanidade vegetal são também fundamentais para os ecossistemas florestais.  O relatório The State of the World’s Forests 2018, da FAO, dá conta de um total de 100 milhões de hectares de floresta mundial afetados por pragas e doenças. As regiões mais atingidas são a América do Norte e América Central: 58 milhões de hectares de florestas.  Na Europa, as pragas e doenças são responsáveis por cerca de um terço dos danos florestais e Portugal é o país que apresenta maior proporção de área florestal com este tipo de danos.

Em Portugal, a aplicação de medidas de sanidade vegetal está enquadrada pelo Regime Fitossanitário Nacional. A respetiva aplicação e controlo cabe à DGAV, em articulação com as Direções Regionais de Agricultura e Pescas e o ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

As pragas e doenças que afetam a saúde das plantas são uma preocupação antiga em território nacional, como reforça o Programa Operacional de Sanidade Florestal 2014-2020. A primeira referência oficial de ações de planeamento, controlo e estudo de agentes bióticos nocivos por parte dos Serviços Florestais estatais é de 1886. Dez anos depois, surgiu um regime obrigatório de inspeções fitossanitárias nos pinhais do reino. No século XX, ganharam também relevância as ameaças ao montado.