Nascida de um concurso que encorajava os cidadãos a eleger as 11 árvores representativas da vila – uma por cada freguesia –, a Rota de Árvores Emblemáticas e Autóctones de Alenquer tem como objetivo enaltecer o património natural do município. Assim se promove a literacia ambiental, enquanto se sensibiliza a população para a importância da preservação.
Em julho de 2021, os cidadãos de Alenquer mobilizaram-se para selecionar as árvores autóctones mais emblemáticas do município pela sua importância ecológica, cultural e paisagística. Este foi o primeiro momento do projeto Árvores Emblemáticas e Autóctones de Alenquer, fruto da identificação, por parte da equipa de Conservação da Natureza da Divisão de Ambiente e Serviços do Município de Alenquer, deste património situado em áreas urbanas e semiurbanas (tanto públicas quanto privadas) que, por estar ameaçado, urge preservar.
O concurso contou com mais de 200 votos que estreitaram a lista inicial de 33 espécimes a concurso e apuraram as 11 árvores que constituem agora a Rota de Árvores Emblemáticas e Autóctones de Alenquer. Munícipes, escolas, juntas de freguesia e proprietários de cada árvore uniram-se em torno deste projeto, que procurou contribuir para a literacia ambiental da população.
A iniciativa responde à estratégia de gestão do território de Alenquer no âmbito da criação de uma Rede Municipal de Conservação da Natureza. Esta rede dedica-se à promoção de atividades de sensibilização ambiental, essencial para a mudança de comportamentos, e à gestão, valorização e conservação da natureza. Os novos instrumentos municipais de gestão territorial permitem a existência de regulamentação que reforça a proteção legal das espécies arbóreas, importante sobretudo em zonas não classificadas como áreas protegidas.
A Rota de Árvores Emblemáticas e Autóctones de Alenquer, apresentada em novembro de 2021, percorre, então, as onze freguesias do concelho, convidando munícipes e visitantes a conhecer as árvores ao próprio ritmo, bem como as paisagens da vila, o seu património natural e cultural.
Este é, na verdade, um roteiro de visitação e um “museu ao ar livre”: pelas ruas principais de Alenquer encontram-se placas que apontam a direção a seguir até cada árvore. Além disso, as árvores estão sinalizadas com um painel identificativo com informações acerca da espécie e da sua distribuição, da importância económica ou social para o município, dos esforços feitos a favor da sua conservação e ilustrações científicas. A informação, também disponibilizada em braille, é enriquecida por um QR Code que dá acesso a esclarecimentos complementares.
“A equipa da Conservação da Natureza do município pretende, com este projeto, que estas árvores possam continuar a desenvolver-se no território em bom estado de fitossanidade, dando-lhes oportunidade de aumentar a sua idade e porte arbóreo natural”, explica a equipa ao Florestas.pt. Mas “principalmente chamar à atenção para a importância das espécies autóctones através destas árvores eleitas, para que possam elas ser promotoras da conservação de outros espécimes aqui existentes e dos respetivos habitats.”
