Com cerca de 1000 anos de história, a azinheira espanhola foi a árvore mais votada no concurso Árvore Europeia do Ano 2021. O Plátano do Rossio, o representante português de Portalegre, alcançou a quarta posição da competição disputada por 14 concorrentes.
É no município espanhol de Lecina (perto dos Pirinéus) que fica a vencedora da competição Árvore Europeia do Ano 2021. O título foi atribuído à Azinheira (Quercus Ilex L.) milenar de Lecina, uma grande árvore numa pequena povoação de Alto Aragón, com apenas 13 habitantes.
Reza a lenda que houve tempos em que as bruxas povoavam a Serra da Guará, onde dançavam e festejavam em torno da azinheira. Hoje, a árvore, que fica muito próxima de algumas casas, continua a ser a eleita pelos vizinhos de Lecina para as suas celebrações. Esta é parte da história que lhe valeu a distinção de Árvore Europeia do Ano 2021.
Anualmente, o prestigiado concurso distingue árvores únicas pela sua beleza, idade e dimensão, mas especialmente pelo seu valor na cultura, história local e paisagem.
O segundo lugar foi entregue a um imponente Plátano (Platanus orientalis L), também com cerca de 1000 anos, situado no município de Curinga, em Itália. A fechar o pódio, ficou a concorrente russa, um outro Plátano com 284 anos, considerado um testemunho da história e guardião da mesquita Juma na antiga Derbent.
A representar Portugal no certame Árvore Europeia do Ano 2021 esteve o maior plátano (Platanus x hispanica Mill. ex Münchh.) da Península Ibérica, localizado em Portalegre. Plantado em 1838, o Plátano do Rossio alcançou a quarta posição da competição promovida pela EPA – Environmental Partnership Association, com mais 37 mil votos.
Aos 182 anos, o Plátano do Rossio, ilustre representante nacional do concurso Árvore Europeia do Ano 2021, é um dos ex-libris da cidade alentejana de Portalegre. É facilmente distinguido pelo seu porte majestoso: uma copa de 37 metros de diâmetro, em caramanchão, e um tronco de sete metros de perímetro, tão largo que seriam necessárias cinco pessoas para o abraçar.
O “Bem-Amado”, como é conhecido, arrecadou 2401 votos no concurso realizado no nosso país para eleger o representante português no concurso Árvore Europeia do Ano 2021. Foi a primeira vez que triunfou na competição nacional “uma árvore ornamental, exótica em Portugal e que foi provavelmente introduzida por gregos ou romanos que a utilizavam devido à sua sombra”, referiu a UNAC – União da Floresta Mediterrânica, entidade promotora da iniciativa nacional.
O Plátano do Rossio guarda em si, nas suas longas e robustas pernadas, anos e anos de memórias coletivas e segredos infindáveis. Há muito que é lugar de encontros e reencontros. De admirável resiliência, continua a pasmar admiradores, a ouvir desabafos solitários e a inspirar artistas.
Veja o vídeo e fique a conhecer mais sobre a história do Plátano do Rossio.
O Concurso Árvore Europeia do Ano realiza-se desde 2011 e foi inspirado no popular concurso checo Árvore do Ano, organizado pela Czech Environmental Partnership Foundation. Tem como propósito destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural. Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas na sua história e ligações com as pessoas, que as tornam parte de uma comunidade maior.
No ano da estreia de Portugal no concurso Árvore Europeia do Ano, em 2018, foi uma árvore portuguesa que conquistou o maior número de votos. O troféu foi entregue ao Sobreiro Assobiador, localizado em Águas de Moura, que já antes tinha sido classificado como “Árvore de Interesse Público”.
Em 2019, a Azinheira secular de Mértola arrecadou “medalha de bronze” europeia, enquanto o milenar Castanheiro de Vales conquistou a sexta posição do concurso em 2020.
Foto de topo: Ayuntamiento de Lecina