O sector europeu da pasta e do papel está empenhado em reduzir as emissões de carbono em 80% até 2050 e passar dos 60 milhões de toneladas de CO2 que registou em 1990 para 12 milhões de toneladas.
Reduzir as emissões de carbono da indústria europeia da pasta e do papel para 12 milhões de toneladas é a meta traçada pela CEPI no “2050 Roadmap to a Low-carbon Bioeconomy”. Este objetivo assenta numa transformação industrial de génese europeia, que além da contribuir para a descarbonização do sector e da economia, poderá gerar um valor acrescentado de 50%.
Esta transformação está em curso e já permitiu reduzir as emissões do sector de 60 milhões de toneladas de CO2 em 1990 para 49 milhões em 2015.
A diminuição da pegada de carbono definida para 2050 assenta em ganhos concretos provenientes da inovação tecnológica, do reforço de eficiência energética e flexibilidade da oferta de energia e das melhorias nos combustíveis e infraestruturas que suportam os transportes e a logística.
A Confederação Europeia de Indústrias Papeleiras (CEPI) estima que a transição para a indústria 4.0 e os investimentos em tecnologias avançadas permitirão reduzir as emissões em sete milhões de toneladas de CO2 em 2050, processo que estima poder ser reforçado (reduzindo 5 milhões de toneladas de CO2 adicionais) por tecnologias disruptivas que venham a desenvolver-se nos próximos 31 anos.
Em paralelo, ao reforçar a sua capacidade de cogeração, a indústria consegue adaptar as suas fontes para aproveitar os preços baixos, sobretudo os dos excedentes intermitentes da energia renovável, o que estima ajudará a reduzir as emissões até 2 milhões de toneladas.
Refira-se que o sector já utiliza caldeiras de biomassa ou a gás e é pioneiro na produção combinada de energia térmica e elétrica, pelo que um aumento da conversão das instalações industriais tem potencial para reduzir as emissões em 8 milhões de toneladas. Com a crescente descarbonização da produção europeia de eletricidade, as emissões indiretas da compra de energia deverão também reduzir-se gradualmente e proporcionar um decréscimo de até uns adicionais 11 milhões de toneladas até 2050.
A redução das emissões pode ainda ser reforçada, em 4 milhões de toneladas, pelos ganhos de eficiência provenientes dos transportes e logística, incluindo-se nesta vertente a melhoria das infraestruturas, da intermodalidade e do uso de combustíveis alternativos como biogás, biocombustíveis, eletricidade ou até células de combustível.