Assinala-se a 18 de outubro o Dia Europeu do Saco de Papel. O objetivo é sensibilizar os consumidores para as vantagens ambientais desta e de outras embalagens mais sustentáveis – já no mercado e em desenvolvimento – que constituem alternativa aos sacos, invólucros e vários outros utensílios de origem fóssil.
O Dia Europeu do Saco de Papel foi instituído em 2018, pela plataforma The Paper Bag, da principal associação europeia de produtores de papel na Europa. Outras datas simbólicas, como o Dia Internacional Sem Sacos de Plástico (3 de junho), vieram reforçar a ideia de que é preciso agir para reduzir impactes ambientais e que grande parte da mudança está nas mãos dos consumidores.
A outra parte, relacionada com a disponibilidade de alternativas para embalagens mais sustentáveis– como as destinadas a alimentos com gordura, frescos ou para contenção de líquidos – está nas mãos dos departamentos de investigação e desenvolvimento da academia e da indústria que intervêm na cadeia de produção de embalagens, desde a química à de base florestal.
Durante os últimos anos têm sido anunciados os mais variados progressos, desde as embalagens para uso único (descartáveis) às mais complexas, como é o caso dos recipientes para guardar alimentos com gordura ou das garrafas:
- A Heinz e a Pulpex estão a desenvolver uma garrafa com base em papel, 100% de pasta proveniente da madeira. A inovação está em fase de protótipo;
- A Carlsberg e a SCA estão também a desenvolver uma garrafa de cantos curvos, com o exterior feito de fibras de madeira e o interior num polímero à base de lenhina – um componente da madeira. A inovação encontra-se em teste e avaliação junto de uma amostra de consumidores;
- A UPM está a começar a introduzir embalagens de papel com barreiras protetoras (incluindo uma barreira de óleo mineral) que permitem maior resistência à humidade e gordura, para guardar alimentos secos, processados e congelados;
- A portuguesa The Navigator Company tem disponível uma gama alargada (gKraft) de sacos, bolsas, caixas e cuvetes, com uma tecnologia que permite baixa gramagem mantendo a resistência (redução de matéria-prima), em papel 100% proveniente de fibras virgens e certificado para contacto com alimentos. A gama permite, assim, o uso na restauração – take-away por exemplo;
- A Smurfit Kappa tem disponível um papel de embalagem resistente à água, cuja barreira à humidade não compromete a sua reciclabilidade e que é também adequado para embalagens de uso único, no transporte e acondicionamento de produtos com humidade.
Além da substituição de materiais de base de base fóssil, não renováveis e mais poluentes, por biomateriais que viabilizam embalagens mais sustentáveis, a redução da quantidade de matérias-primas utilizadas tem sido outra das metas em foco, seja pela diminuição da espessura ou pela adequação da sua dimensão ao conteúdo, reduzindo o uso de recursos e evitando o desperdício.
Apesar dos avanços, muitas das soluções mais desafiantes continuam ainda em protótipo e teste. A passagem da fase de desenvolvimento para a produção massificada implica tecnologia e tempo, assim como desafios legais, inclusive de segurança, a que é preciso dar resposta.