Os interessados em promover projetos de sequestro de carbono ou de redução de emissões de gases com efeito de estufa, gerando créditos que possam ser transacionados no futuro Mercado Voluntário de Carbono em Portugal, podem manifestar o seu interesse em desenvolver projetos até ao final de 2024.
Quem pretender desenvolver projetos concretos de sequestro de carbono ou de redução de emissões para transacionar no Mercado Voluntário de Carbono já pode manifestar a sua intenção, mas deve também conhecer as condições base a cumprir e as taxas a pagar pelos projetos que inscrever quando este mercado estiver operacional.
Até final de 2024, a manifestação de interesse deve ser feita no site informativo do Mercado Voluntário de Carbono, num formulário disponível para o efeito (clique para aceder ao formulário de Manifestação de interesse de projetos).
A chamada à “manifestação de interesse” para o desenvolvimento de projetos foi feita em parceria pelo Ministério do Ambiente e Energia e pela ADENE – Agência para a Energia, entidade que será responsável pelo funcionamento do Mercado Voluntário de Carbono em Portugal. A ideia deste apelo é ter uma visão geral dos potenciais projetos e das respetivas áreas de atuação, para poder dar prioridade ao desenvolvimento das metodologias que melhor possam aplicar-se ao seu acompanhamento, monitorização e verificação – metodologias sem as quais este Mercado não pode ser operacionalizado.
Entre as primeiras propostas recebidas, a maioria está ligada ao sector florestal, revelou a ADENE. Ainda assim, neste mercado poderão ser transacionados créditos de carbono provenientes de outras áreas do uso do solo, agricultura e zonas húmidas e marinhas, assim como das vertentes da energia, resíduos e processos industriais. Os projetos podem ter duas tipologias:
- Projetos de sequestro de carbono: direcionados ao sequestro de carbono da atmosfera e o seu armazenamento biológico, geológico ou tecnológico. Alguns exemplos de sistemas de sequestro de base natural são as florestas, os solos e os ecossistemas marinhos.
- Projetos de redução de emissões: dirigidos à diminuição da quantidade de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) libertadas para a atmosfera, redução esta que pode ser alcançada por meio da adoção de novas práticas, tecnologias ou processos.
Além dos proponentes de projetos, também outros interessados podem inscrever-se no site informativo do Mercado Voluntário de Carbono, especificando de que forma pretendem contribuir – com a apresentação de metodologias de contabilização ou como verificadores de projetos, por exemplo.
Refira-se que os projetos que futuramente vão poder gerar créditos de carbono e transacioná-los neste Mercado podem ser desenvolvidos por pessoas ou organizações e estarão sujeitos a critérios específicos de elegibilidade. Aqueles que forem aceites serão objeto de contabilização de emissões e de medidas de monitorização, reporte e verificação por parte de entidades independentes. Cada crédito de carbono gerado vai equivaler a uma tonelada de CO2.
Os créditos podem ser adquiridos por organizações interessadas em compensar as emissões que não consigam evitar nem reduzir (ou que queiram contribuir financeiramente para a ação climática). Não podem, no entanto, “ser utilizados ou reclamados para efeitos de cumprimento de obrigações europeias ou internacionais” a que Portugal se comprometeu (como por exemplo as do Acordo de Paris), nem têm efeito no Comércio Europeu de Licenças de Emissão.