Eating the wild: Improving the value chain of Mediterranean Wild Food Products
Nas últimas décadas, assistimos a uma crescente homogeneização dos ecossistemas agrícolas e paisagens, com grandes áreas dedicadas à produção de apenas alguns produtos. A industrialização da cadeia agroalimentar, embora permita manter preços mais baixos ao consumidor final, implica custos ambientais e socias significativos.
Em contrapartida, a valorização e uso dos recursos naturais, tradicionais e silvestres tem-se reforçado como tendência e escolha consciente, com muitos produtos alimentícios silvestres tradicionais (como nozes, cogumelos, ervas da floresta, etc.) a deixaram de ser vistos como alimentos de subsistência para serem valorizados como “superalimentos” saudáveis e comida gourmet elegante servida nos melhores restaurantes. Muitas vezes produzidos por pequenos fabricantes, com métodos e materiais tradicionais, estes produtos capturam com sucesso segmentos de consumidores (em crescimento), dispostos a pagar preços elevados por produtos de alta qualidade, únicos, biológicos ou produzidos localmente.
A mudança em direção de uma cadeia agroalimentar industrializada e massificada para uma produção de alimentos silvestres e semissilvestres de pequena escala pode ajudar a capitalizar a riqueza da biodiversidade mediterrânica, enquanto potencia a atividade económica nas zonas rurais, contribuindo para o “crescimento inclusivo” e desenvolvimento da bioeconomia na Europa. As iniciativas que procuram apoiar esta mudança poderiam beneficiar de uma melhor cooperação com outros atores das cadeias de abastecimento alimentar, bem como de novas soluções para rastrear a origem e identidade, assim como garantir a segurança e explorar as oportunidades digitais.
– Analisar e comparar a situação das cadeias de valor de produtos alimentares silvestres e seus intervenientes nas comunidades que integram o programa Med-PRIMA (sustentabilidade na região mediterrânica), e identificar lacunas entre o conhecimento atual e a sua implementação prática;
– Projetar e demonstrar soluções inovadoras para enfrentar os desafios prementes das cadeias de valor de produtos alimentares silvestres em termos de qualidade e sustentabilidade, explorando modelos de negócio e sistemas de controle existentes em todas as etapas da cadeia;
– Facilitar o acesso ao mercado das empresas mediterrânicas (Med) e aumentar o valor acrescentado dos produtos locais, pela implementação de estratégias de marketing inovadoras, a disseminação direcionada e as atividades de divulgação;
– Reforçar a integração entre os principais atores das cadeias de valor agroalimentar pela promoção de parcerias e novos modelos de colaboração mútua, bem como pela inclusão social e cultura empresarial;
– Facilitar a adoção de inovações tecnológicas e organizacionais por pequenos produtores e pequenas e médias empresas (PME) por meio de capacitação e apoio empresarial direcionado, bem como de intercâmbio interativo de conhecimento.
Coordenado pelo Forest Science and Technology Centre of Catalonia (CTFC), Espanha CTFC, é uma parceria entre instituições de investigação e entidades de cinco países da bacia mediterrânica. Portugal está representado pelo ISA – Instituto Superior de Agronomia e pela Sociedade Agrícola do Freixo do Meio.