Tema
À medida que aumentam a população mundial, as preocupações com a descarbonização e a urgência de mitigação dos efeitos das alterações climáticas, evidencia-se o papel das florestas plantadas: não só na preservação das florestas nativas, como também na resposta à necessidade crescente de bens e serviços do ecossistema, inclusive das matérias-primas renováveis e de origem não fóssil que viabilizam o desenvolvimento da bioeconomia.
As preocupações globais com a sustentabilidade têm limitado o uso de produtos de origem fóssil e renovado o interesse pelos produtos de base florestal. Encontrar novas aplicações e processos para os recursos florestais, assim como novas possibilidades de aproveitamento de sobrantes – desperdícios e resíduos “verdes” – são caminhos para aumentar o valor acrescentado da floresta e prolongar o sequestro de carbono. Em Portugal, há sinais encorajadores, sobretudo na bioindústria.
Tradicionalmente, a gestão florestal estava focada no fornecimento duradouro de madeira, simplificando os ecossistemas florestais e assumindo que era possível o seu controlo. A constatação de que as florestas são sistemas complexos, com componentes ecológicos, sociais e económicos que se entrecruzam, tem levado a uma alteração no foco da gestão: da árvore para o ecossistema.
Num contexto de recursos naturais limitados e alterações climáticas, a gestão ativa e responsável do território é essencial. Nas áreas florestais, permite conciliar as diferentes funções da floresta, incluindo produção de bens e serviços essenciais, proteção, conservação, recreio, enquadramento e valorização da paisagem, assegurando as necessidades da sociedade e o equilíbrio ambiental.