Recursos Naturais
Todas as atividades humanas que implicam intervir no solo, seja para plantar uma árvore ou para construir uma estrada, afectam o equilíbrio do solo e podem levar à perda de organismos nele presentes, diminuindo a sua biodiversidade.
Quando as atividades humanas estão relacionadas com as culturas agrícolas, agroflorestais e florestais, são várias as práticas que podem minimizar impactes e proteger a biodiversidade e o equilíbrio do solo: a mobilização mínima do solo ou a sementeira direta, a rotação de culturas, a diversificação de espécies e, entre outras, o uso racional dos fatores de produção (de fertilizantes minerais, por exemplo).
É importante recordar que a maior parte dos microrganismos do solo vive perto das raízes, isto é, na zona chamada de rizosfera. A rizosfera tem como habitantes preferenciais os fungos e as bactérias, porque é nesta zona que estes microrganismos encontram o alimento que lhes permite crescer: as plantas libertam pelas raízes vários tipos de substâncias (exsudados radiculares) que servem de substrato aos microrganismos. Promover o equilíbrio do solo implica manter a diversidade destes microrganismos, que está intrinsecamente ligada à multiplicidade de habitats proporcionada por um solo saudável. As práticas associadas à agricultura e silvicultura interferem com estes habitats microbianos e é por isso que têm implicações na biodiversidade e equilíbrio do solo.
Vejam-se alguns exemplos:
– Mobilização do solo – quando se intervém no solo e se revolvem as suas camadas, altera-se a sua estrutura e porosidade. Por esta via, condiciona-se a forma como as raízes se vão desenvolver e distribuir ao longo das camadas do solo. Desta forma, a mobilização vai também condicionar as zonas onde os microrganismos encontram nutrientes para crescer e desempenhar as suas funções.
– Variedade de espécies vegetais – a presença de espécies diferentes favorece a diversidade de organismos do solo, uma vez que exsudados radiculares diversificados permitem microrganismos adaptados a diferentes culturas.
– Uso de adubos e pesticidas minerais (agroquímicos) – a sua aplicação deve ser minimizada, pois eles geram desequilíbrios na acidez (pH) do solo e introduzem elementos estranhos ao ecossistema (xenobióticos), inibindo o crescimento de alguns microrganismos e, eventualmente, favorecendo outros, o que promove o desequilíbrio da comunidade em termos da sua diversidade.
Áreas Protegidas
No Parque Natural de Montesinho, o projeto HabMonte está a melhorar áreas degradadas e a transformar a paisagem, aumentando também a resiliência a incêndios rurais. Mas não só: a partir da recuperação de lameiros e da gestão de áreas florestais, criam-se novas condições para o lobo-ibérico, mais valor para as populações e maior proteção da biodiversidade, entre outros contributos.
Solo
Mais do que apenas uma superfície, o solo é um ecossistema complexo. A biodiversidade do solo representa mais de 25% da diversidade de vida terrestre e do seu equilíbrio dependem muitas outras formas de vida. Saiba qual é a importância dos milhares de espécies que habitam o solo – em abundância e variedade – neste artigo em colaboração com a investigadora Isabel Brito.
Solo
O solo é a camada superficial do nosso planeta. Apesar de desempenhar funções ambientais, sociais e económicas essenciais à vida na Terra, nem sempre lhe é reconhecido o devido valor. Conheça a grande diversidade de solos no planeta e o papel essencial que as florestas desempenham na conservação deste recurso finito e não renovável.