Espécies Invasoras
A presença de espécies exóticas em Portugal remonta à Pré-História, quando as primeiras plantas cultivares foram transportadas para o nosso território, como relata o livro As Invasões Biológicas em Portugal (2018). Contudo, a dispersão de espécies pelo ser humano data do final do Plistoceno (há cerca de 20 mil anos).
No período do Império Romano, o comércio mediterrânico terá aumentado a presença de espécies exóticas, depois reforçada, já no século XV, pela expansão marítima pelo mundo. Os navegadores trouxeram para os seus países de origem inúmeras espécies até aí desconhecidas, de que são exemplos o tomate (Solanum lycopersicum), a batata (Solanum tuberosum), o milho (Zea mays) e a batata-doce (Ipomoea batatas), entre muitas outras. Por seu lado, os colonos transportaram para os seus novos destinos espécies que conheciam como suas, como o trigo (Triticum spp.), as nozes (Juglans regia), as cebolas (Allium cepa) e as maçãs (Malus domestica), entre muitas outras. A introdução de plantas exóticas ao longo do tempo contribuiu, decisivamente, para a melhoria da alimentação e da economia das populações tanto no “Velho Mundo”, como nos territórios colonizados.
Nos séculos seguintes, a curiosidade dos estudiosos pelo exótico e as demonstrações de opulência pela coroa e pela nobreza contribuíram, igualmente, para a fixação de espécies estrangeiras. O prestígio associado a ter algo no jardim que poucos pudessem ter, levou a que as espécies recentemente descobertas fossem cobiçadas como árvores “da moda”. Este interesse esteve na origem, durante os séculos XVIII e XIX, da criação de Jardins Botânicos – Ajuda, Coimbra, Escola Politécnica de Lisboa – e de luxuriantes parques, como o de Sintra. A era industrial melhorou os transportes, generalizando-se a introdução de espécies exóticas em Portugal, também para dar resposta às necessidades alimentares das cidades em crescimento.
Uma espécie exótica não é sinónimo de espécie invasora.
Espécies Florestais
Originária do Japão e chegada ao Arquipélago dos Açores em meados do século XIX, a criptoméria (Cryptomeria japonica) é a segunda espécie mais representada na floresta do arquipélago e a primeira na Ilha de São Miguel. Não é por isso surpresa que a madeira de criptoméria traga à região autónoma um importante contributo socioeconómico. O seu valor pode ainda reforçar-se pela aposta na inovação.
Espécies Florestais
Como as pessoas, muitas árvores e plantas viajaram de longe e fixaram-se em novos territórios. Ao longo de milénios, várias destas árvores e plantas exóticas chegaram a Portugal. Algumas naturalizaram-se e hoje consideramo-las nossas.