Notícias e Agenda

22.12.2023

Programa Promove 2024 com candidaturas até final de janeiro

Programa Promove 2024 com candidaturas até final de janeiro

O Programa Promove 2024 tem candidaturas abertas até 31 de janeiro. Na sua 6.ª edição, a iniciativa volta a apoiar ideias com potencial e projetos inovadores e mobilizadores, que contribuam para o desenvolvimento das regiões do interior.

Desenvolver as regiões do interior, tendo por base o conhecimento e a inovação numa perspetiva de valorização dos recursos e competências locais e de reforço dos recursos humanos qualificados são os objetivos que voltam a destacar-se no Programa Promove 2024.

Designado como “Programa Promove – O Futuro do Interior”, este é um projeto da Fundação “la Caixa” em colaboração com o BPI e parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Com cinco edições realizadas e perto de 11,8 milhões de euros mobilizados, o programa já apoiou um total de 70 projetos e 31 ideias, que se desenvolveram (e desenvolvem) no interior do território continental. Idealmente, os projetos distinguidos têm perfil para ser replicados noutras outras zonas do país com características similares.

As candidaturas ao Programa Promove 2024 terminam a 31 de janeiro e devem ser feitas na plataforma específica da Fundação promotora.

As tipologias e temáticas a financiar pelo Programa Promove 2024

As temáticas e tipologias dos projetos e ideias a apoiar pelo Programa Promove 2024 são similares às que vigoraram nas anteriores edições.

As temáticas cruzam o conhecimento e atratividade dos territórios, a prevenção de riscos e a valorização dos recursos endógenos nas suas múltiplas dimensões. Em paralelo, as três tipologias apoiadas – Projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) mobilizadores, Projetos-piloto inovadores e Ideias com potencial – permitem envolver praticamente toda a estrutura de conhecimento, inovação e desenvolvimento tecnológico, nomeadamente do interior do país, desde a academia às empresas privadas e às organizações sem fins lucrativos:

 

1. Projetos de I&D mobilizadores

As candidaturas têm de ser lideradas por unidades de I&D classificadas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia com “Muito Bom” ou “Excelente” e podem incluir como parceiras outras organizações dedicadas à Investigação & Desenvolvimento (em caso de consórcio, podem incluir entidades públicas e empresas privadas).

As áreas temáticas destes projetos de investigação, desenvolvimento tecnológico ou inovação devem contribuir para gerar novo conhecimento em domínios como os recursos naturais existentes em Parques e Reservas Naturais ou noutros espaços com relevância ambiental, os riscos biológicos (incluindo pragas e doenças agrícolas e florestais), o desenvolvimento, promoção e valorização de novas culturas e produtos naturais, e a caracterização e aplicações das águas termais.

O valor máximo que cada projeto poderá receber é de 250 mil euros (e até 80% das despesas totais do projeto).

 

2. Projetos-piloto inovadores

Podem candidatar-se empresas privadas, organizações privadas sem fins lucrativos, entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, individualmente ou em consórcio (os consórcios podem incluir outras organizações, incluindo entidades públicas).

Os domínios temáticos a apoiar incluem a prevenção de riscos naturais (adaptação às alterações climáticas e gestão eficiente de recursos), a criação ou consolidação de polos de atividade e inovação empresarial (para atração de recursos humanos qualificados para a região), e a valorização do capital simbólico (ambiental, paisagístico, patrimonial). As mesmas temáticas aplicam-se às ideias com potencial.

O montante máximo de apoio a atribuir por projeto é de 150 mil euros (e até 75% do investimento total do projeto).

 

3. Ideias com potencial para se tornarem projetos-piloto inovadores

As candidaturas são exclusivas a equipas de estudantes do ensino superior (inscritos em licenciatura, mestrado ou doutoramento) nas áreas geográficas elegíveis (Norte, Centro e Sul interior, de acordo com o regulamento). Cada equipa pode ter entre dois e cinco elementos e um mentor – professor ou investigador.

O prémio para cada ideia selecionada é de 5 mil euros.

 

Para saber todos os detalhes sobre temas e tipos de projeto, consulte o Regulamento e as Questões Frequentes.

Projetos apoiados em 2023 focam áreas e recursos florestais

Muitos dos projetos premiados nas anteriores edições integram domínios temáticos que cruzam o conhecimento, a prevenção de riscos, a gestão e a valorização de recursos florestais e agroflorestais nas zonas interiores e nos ecossistemas transfronteiriços.

Vamos conhecer alguns:

 

ReMonStar – Rede de monitorização climática e biológica no Parque Natural da Serra da Estrela

Inserido no domínio temático “Parques e reservas naturais, espaços naturais de relevância ambiental” e tendo como promotores o Centre for Functional Ecology, Science for People & the Planet e a Universidade de Coimbra, o ReMonStar é um Projeto de I&D Mobilizador que vai implementar uma rede de monitorização climática e biológica no Parque Natural da Serra da Estrela com o objetivo de entender a heterogeneidade espacial da biodiversidade e do funcionamento e regeneração dos seus ecossistemas.

 

CyChest – Gestão integrada do ciclo do castanheiro no Parque Natural de Montesinho

O Laboratory of Separation and Reaction Engineering (LSRE-LCM), da Universidade do Porto, em cooperação com o Centro de Investigação da Montanha – Instituto Politécnico de Bragança (CIMO-IPB) vão promover uma melhor integração da gestão de resíduos da produção de castanha nas atividades do Parque Natural de Montesinho, com ações direcionadas à proteção do solo e controlo de pragas e à criação de valor para garantir a sustentabilidade das atividades do parque. A estratégia deste Projeto de I&D Mobilizador, também enquadrado na temática “Parques e reservas Naturais”, assenta na valorização dos resíduos da produção da castanha através da extração de compostos de elevado valor acrescentado.

 

BeeSustain: Sustentabilidade da apicultura face às alterações climáticas

Também no âmbito temático dos “Parques e Reservas Naturais, assim como espaços naturais de relevância (…)”, o BeeSustain é outro Projeto de I&D Mobilizador, da região de Bragança, também promovido pelo Centro de Investigação da Montanha – Instituto Politécnico de Bragança (CIMO-IPB). O seu objetivo é redirecionar a produção de mel para produtos topo de gama, utilizando a diversificação da produção como garantia da sustentabilidade da exploração. Aqui inclui-se o desenvolvimento de novos produtos da colmeia com elevado potencial de mercado, como o “pão de abelha” – não se trata de pão no sentido tradicional, mas sim de uma mistura de pólen e néctar que as abelhas operárias recolhem e armazenam em células de favo de mel e que vai fermentar, tornando-se num alimento rico em nutrientes.

 

AlmondProtect: Diagnóstico, epidemiologia, monitorização e previsão das principais doenças que afetam o amendoal: Uma proposta sustentável e integrada

Sob o tema “Pragas e Riscos Biológicos”, este Projeto de I&D Mobilizador da região de Évora consiste no diagnóstico, estudo epidemiológico, monitorização e previsão das principais doenças que afetam o amendoal. O objetivo é tornar possível a criação de modelos de previsão e deteção precoce que assegurem uma maior competitividade e sustentabilidade. O Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) – Universidade de Évora é o promotor.

 

Plantas aromáticas do Alentejo, probióticos e farinha de bolota no desenvolvimento de pão funcional

Este projeto, no domínio temático “Novas Culturas e Produtos”, está também localizado na zona de Évora e tem por objetivo potenciar a utilização de óleos essenciais extraídos de plantas aromáticas e medicinais, assim como da bolota na produção de pão funcional, com benefícios para a saúde e para a valorização económica, social e ambiental dos novos ingredientes. O Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta – Universidade de Coimbra foi o promotor deste Projeto de I&D Mobilizador.

 

WOODLANDFUNGI – Valorização e Sustentabilidade dos Cogumelos Silvestres do Barroso

Enquadrado no domínio temático “Criação ou consolidação de polos de atividade e inovação empresarial” e promovido pela Cooperativa Agro Rural de Boticas – Capolib, este Projeto Piloto Inovador decorre na região do Barroso, em Trás-os-Montes, e pretende valorizar os cogumelos silvestres, um dos recursos endógenos mais comuns nesta zona do país, através da criação de mecanismos que garantam a sua gestão ordenada e sustentável.

 

iCarbono

Outro dos Projetos Inovadores que venceu a edição de 2023 foi o iCarbono, promovido pelo Instituto Politécnico de Bragança e inserido no tema “Prevenção de riscos naturais, reforço da capacidade de adaptação às alterações climáticas e gestão eficiente dos recursos”. Este projeto tem como objetivo criar um sistema inteligente e inovador de monitorização do sequestro, armazenamento e emissão do carbono a múltiplas escalas. A par pretende criar um sistema de alerta para situações críticas de planeamento e gestão do território onde se observem desvios ou incumprimento de objetivos técnicos e políticos.