Foi nesse espírito que começou uma das minhas corridas junto à ria do Alvor, um dos exercícios mais aprazíveis de sempre, porque não estava nos meus planos, pelo silêncio, pela ausência do vento habitual ao entardecer. Normalmente faço um breve intervalo a meio, antes de regressar, e nessa altura reparei numa sequência de estacas de madeira que, ligadas por uma corda, delimitavam uma zona de nidificação de aves. Entre elas reparei numa em particular (a da fotografia abaixo).
Outrora parte integrante do tronco de uma árvore viva, estava agora transformada num paralelepípedo de madeira, a cumprir uma função, de mãos dadas com a morte, que a assistira tanto a si como às suas companheiras.