Em pleno Salão Nobre do Palácio Nacional da Pena, Sintra, a pequena instalação “Pinheiro da Pena” reconstitui aquela que terá sido a primeira árvore de Natal em Portugal a seguir o modelo que ainda hoje é tradição: um pinheiro decorado. A inspiração da exposição veio das gravuras desenhadas por D. Fernando II, monarca considerado como o precursor em Portugal da árvore de Natal, ao adotar a tradição germânica para o país, há cerca de dois séculos.
Tendo as gravuras por base, a exposição no Palácio da Pena inclui réplicas dos elementos decorativos originais: maçãs, romãs e brinquedos. Em vez dos atuais fios de luzinhas, o “Pinheiro da Pena” transporta o imaginário para a iluminação da altura: velas equilibradas nos ramos do pinheiro, tal como mostravam os desenhos de D. Fernando II. No entanto, ao contrário do que era comum na época, aqui as velas permanecem apagadas.
©PSML | Luís Duarte
“Pinheiro da Pena” em exposição até ao Dia de Reis
Este ano o “Pinheiro da Pena” pode ser visto até ao Dia de Reis, 6 de janeiro, mas prevê-se que regresse a assinalar os próximos Natais do Palácio.
Na altura do reinado de D. Fernando II e D. Maria II, o pinheiro tornou-se o centro das celebrações natalícias. A árvore decorada era trazida do Parque da Pena para o Palácio das Necessidades, em Lisboa, especificamente para a ocasião. De recordar também que partiu do monarca a iniciativa de recuperar o antigo mosteiro que depois deu origem ao Palácio da Pena.
Apesar de a árvore de D. Fernando II marcar o início da tradição moderna de árvore de Natal, a associação de espécies arbóreas a esta época festiva é mais antiga. Em tempos remotos, as festas pagãs no território que hoje é Portugal usavam um carvalho (Quercus sp.) enfeitado nas festividades do solstício de inverno (a mesma altura em que depois se passou a celebrar o Natal).
Atualmente, nem todos os países e regiões celebram o Natal com recurso ao pinheiro. Pelo mundo fora, outras árvores ganham destaque como árvore de Natal.