Bioeconomia
A pegada ecológica é um indicador da quantidade de recursos consumidos. A pegada ecológica total é uma medida da área de terra biologicamente produtiva e de água que a população necessita para satisfazer o consumo, num dado momento, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos.
Pode calcular-se a pegada ecológica do planeta, de uma região ou país, ou de apenas uma pessoa ou produto. Olhar para a pegada ecológica das pessoas de cada país dá-nos uma ideia de onde estão a ser consumidos os recursos globais. A variação dos valores resulta dos diferentes estilos de vida e padrões de consumo, incluindo a quantidade de comida, bens e serviços consumidos, a quantidade de recursos naturais usados e o dióxido de carbono emitido como resultado do fornecimento desses bens e serviços.
A explosão demográfica mundial contribuiu, naturalmente, para aumentar a pegada ecológica global: éramos cerca de mil milhões em 1804, dois mil milhões em 1927, quatro mil milhões em 1974, seis mil milhões em 1999, atingimos os sete mil milhões em 2011 e estima-se que cheguemos aos oito mil milhões em 2023.
Em paralelo, os padrões de consumo e estilos de vida em diferentes partes do mundo estão na origem das diferentes pegadas ecológicas que têm levado a um crescendo do consumo de recursos. Embora alterações na tecnologia e práticas de gestão do uso do solo tenham levado a um aumento de cerca de 28% na biocapacidade global nos últimos 60 anos, o consumo agregado fez crescer a pegada ecológica global em cerca de 173% no mesmo período, sublinha o Living Planet Report 2020, da WWF.
Mapa da pegada ecológica gerada, em média, por pessoa nos diferentes países (2017)
Fonte: Baseado no mapa da Footprintnwetwork.org
Desde 1970, a pressão do consumo humano excede a capacidade de regeneração dos ecossistemas naturais.
Para viver dentro dos limites dos recursos do planeta, a pegada ecológica mundial teria de ser igual à biocapacidade da Terra. Ou seja, para alcançar este equilíbrio, a pegada ecológica média de cada pessoa teria de ser atualmente inferior a 1,7 hectares globais (gha), pois é essa a biocapacidade média do nosso planeta, segundo a Footprint Network.
Atualmente, a nossa pegada ecológica global é significativamente maior do que a biocapacidade do nosso planeta. Em média, a pegada ecológica mundial era de 2,7 gha por pessoa em 2019, segundo os últimos dados da Global Footprint Network. Isto significa que a população mundial precisaria de 1,75 planetas para satisfazer o seu consumo.
No último ano com dados disponíveis, 2017, a pegada ecológica média dos portugueses era de 4,4 gha, face a uma biocapacidade de cerca de 1,3 gha em Portugal.
Considerando os recursos existentes e o nível de consumo, vivemos em Portugal como se tivéssemos 2,75 planetas. Este indicador coloca-nos muito abaixo dos países que registam as maiores pegadas ecológicas do mundo, como o Catar ou o Luxemburgo, que precisariam de nove e oito planetas, respetivamente, mas bastante acima daqueles que menos recursos consomem – veja-se Timor-Leste, cuja pegada ecológica equivale a menos de meio planeta (0,46).
Pode calcular a sua pegada em https://www.footprintcalculator.org/home/pt
Caso de Estudo
As florestas têm um papel importante no ciclo hidrológico e na proteção contra a erosão e a degradação do solo. No entanto, as perturbações derivadas das alterações climáticas estão a afetar a sua resiliência. O projeto europeu “LIFE Resilient Forests” tem como principal objetivo desenvolver uma ferramenta de apoio à gestão florestal integrada ao nível da bacia hidrográfica para promover ecossistemas e florestas mais resilientes. Conheça o caso de estudo nacional do projeto, neste artigo em colaboração com Maria Gonzalez e Miguel Almeida.
Bioeconomia
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