Em Portugal é feita uma recolha periódica de dados de diversos temas relacionados com o sector florestal, em operações como o inventário florestal ou em estatísticas anuais sobre os mais variados temas e geografias.
Porém, o facto de o sector florestal abranger várias áreas da sociedade leva a que ocorra um efeito de dispersão da informação por várias entidades públicas e privadas que fazem a criação, divulgação e gestão de dados.
Em Portugal esta dispersão é um fator assinalável, incluindo-se, entre os exemplos de fontes de dados estatísticos do sector florestal: o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o Instituto Nacional de Estatística (INE), a Direção Geral do Território (DGT), entre outras entidades da administração pública, bem como alguns exemplos de entidades do sector privado como a Biond – Forest Fibers from Portugal, a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR) ou a União da Floresta Mediterrânica (UNAC).
A dispersão de dados do sector florestal português está presente não só na quantidade de diferentes entidades detentoras de dados, como na grande variedade de formatos de dados disponíveis, desde tabelas de dados numéricos de fácil leitura e extração, até relatórios de informação em formato escrito ou ficheiros provenientes de Sistemas de Informação Geográfica, de mais difícil compreensão e, especialmente, implicando maiores dificuldades de extração e tratamento dos dados.
Também a frequente inexistência de séries longas de dados para muitos dos indicadores estatísticos de interesse para o sector, associada à dispersão de instituições que geram os dados e aos seus formatos, contribui para gerar desinteresse na informação sobre a floresta em Portugal, dando espaço à propagação de informações contraditórias, ou até mesmo enganosas, prejudicando o debate e o processo de adoção de medidas de cariz político e produtivo.
Estas condições dificultam o acesso por diferentes atores (desde técnicos até investigadores científicos) e limitam o seu potencial de utilização para apoiar tomadas de decisão, melhorar a eficiência na gestão florestal, identificar lacunas ou oportunidades associadas ao sector, apoiar a transição para a bioeconomia e melhorar o conhecimento em geral sobre a floresta portuguesa.