É preciso observar, analisar, esperar… reanalisar, para planear as ações de restauro mais adequadas a cada caso, em vez de correr a plantar árvores depois do fogo.
No que diz respeito às plantas e à vegetação, no topo da hierarquia dos riscos promovidos pelo fogo não está a destruição das plantas e florestas nativas – essas são pré-equipadas para lidar com ele, desde que em intervalos de retorno espaçados. O maior risco (ou um dos maiores) é a proliferação de plantas invasoras que, para além de estarem (muito bem) adaptadas à ocorrência do fogo, carecem de outros inimigos naturais e apresentam uma vantagem competitiva inegável às espécies nativas.
Para prever os processos que podem ser desencadeados pela ocorrência de fogo contribuem fatores como a vegetação pré-existente, o historial de fogos, a severidade do fogo, as ações de gestão anteriores (e as planeadas), o tipo e qualidade dos solos, a disponibilidade de sementes no banco do solo, enfim… como em tantas coisas, cada caso é um caso e não há dois casos iguais.
Por isso, saber observar, perceber os riscos e as oportunidades, é essencial no planeamento de alguma ação de restauro para as áreas ardidas, caso se verifique essa necessidade.