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10.04.2024

Árvore Europeia do Ano 2024 é uma faia da Polónia

Árvore Europeia do Ano 2024 é uma faia da Polónia

Duas faias e uma oliveira colocaram a Polónia, a França e a Itália no pódio do Concurso Árvore Europeia do Ano 2024. A camélia-japoneira que representou Portugal conquistou o quarto lugar.

A vencedora do Concurso Árvore Europeia do Ano 2024 é uma faia-comum (Fagus sylvatica) e chamam-lhe o “Coração do Jardim”. O nome deve-se à sua localização, num jardim botânico de uma universidade polaca, mas também às suas majestosas formas e dimensões, que a tornam no centro das atenções deste espaço verde.

O seu tronco de uma espessura pouco comum e os ramos tentaculares, que se estendem em várias direções – como bem ilustra a foto no topo da notícia, da autoria de Bozka Pietrowska –, valeram-lhe mais de 39 mil votos, colocando a Polónia no primeiro lugar deste concurso pela terceira vez.

O segundo lugar, com quase 25 mil votos, foi para outra faia (Fagus sylvatica f. pendula), conhecida como faia-pendula, devido à sua folhagem que, neste caso, em algumas partes da árvore se alonga até tocar o solo. Esta é uma faia francesa, localizada na Normandia. A sua copa é sustentada por uma estrutura que apoia os longos ramos (foto de Emmanuel Boitier).

Uma oliveira (Olea europaea subsp. oleaster), cuja idade foi estimada entre 3 e 4 mil anos, deu à Itália o terceiro lugar do Concurso Árvore Europeia do Ano 2024. Com diversas ramificações, algumas já apoiadas no solo, a árvore mantém, ainda assim, uma estrutura robusta que é um símbolo de resiliência e continuidade (foto de Valeria Arzori).

Esta oliveira recebeu um total de 13933 votos, apenas um pouco mais do que a representante portuguesa, a camélia-japoneira (Camellia japonica), que se classificou na quarta posição, com mais de 13500 votos.

No total, 15 árvores participaram no concurso da Árvore Europeia do Ano 2024 em representação de outros tantos países, incluindo, além dos já referidos, a Bélgica, Croácia, Eslováquia, Espanha, Estónia, Letónia, Lituânia, Países Baixos, Reino Unido, República Checa e Ucrânia.

O concurso foi lançado em 2011 para destacar a importância das árvores no património natural e cultural da Europa. A iniciativa é organizada pela Environmental Partnership Association e procura destacar árvores com dimensões e formas únicas, ou com histórias que as colocam em destaque na vida das comunidades circundantes.

As representantes portuguesas na “Árvore Europeia do Ano” desde 2018

Recorde-se que a camélia portuguesa, situada nos jardins centenários da Villa Margaridi, no centro de Guimarães, é um exemplar geometricamente moldado, testemunho da arte ancestral de podar arbustos e árvores com formas ornamentais – a topiária, cujo nome vem do latim topiarius, que se referia a arte de adornar os jardins.

Com cerca de 300 anos e 6 metros de altura, esta camélia-japoneira já tinha sido classificada como de “Interesse Público”, juntamente com outros exemplares de camélias e outras espécies situadas no mesmo local.

Com este quarto lugar no Concurso Árvore Europeia do Ano 2024, a camélia-japoneira junta-se às anteriores representantes portuguesas, que têm dado a conhecer a muito europeus as suas histórias, longevidade, beleza e dimensão.

Portugal participa nesta iniciativa europeia desde 2018, ano em que a UNAC – União da Floresta Mediterrânica passou a integrar a iniciativa e a realizar o concurso em Portugal, onde é antecipadamente eleita a árvore que nos representa a nível europeu. Descubra estas árvores que já representaram Portugal – algumas das quais subiram ao pódio:

  • Quinto Lugar em 2023: “Eucalipto de Contige”, Viseu. Um Eucalyptus globulus enorme, com 13 metros de perímetro de tronco e 50 metros de altura.
  • Terceiro lugar em 2022: “Sobreira Grande”, em Vale do Pereiro, Arraiolos, com mais de 250 anos de história.
  • Sexto lugar em 2021: “Plátano do Rossio”, em Portalegre, com a sua enorme copa, de quase 40 metros, em forma de caramanchão.
  • Sexto lugar em 2020: “Castanheiro de Vales”, em Tresminas, Vila Pouca de Aguiar, fascinante pelo perímetro do seu tronco, de 14 metros.
  • Terceiro lugar em 2019: “Azinheira Secular do Monte Barbeiro”, em Mértola. Uma árvore impressionante pela sua copa enorme e amplamente ramificada.
  • Primeiro lugar em 2018: “Sobreiro Assobiador”, de Águas de Moura, Palmela. Com cerca de 240 anos, destaca-se pela dimensão da sua copa.