O projeto Carbono Biodiverso permite compensar as emissões de carbono que produzimos, apoiando a plantação de árvores e a preservação daquelas que são reconhecidas pelo seu elevado valor ecológico, as Gigantes Verdes. A decorrer no município de Lousada, o objetivo é ampliar a iniciativa a todo o país.
Compensar as emissões de dióxido de carbono que produzimos com os nossos comportamentos quotidianos, como as deslocações e a alimentação, ao mesmo tempo que apoiamos a conservação da biodiversidade é o desafio lançado pelo projeto Carbono Biodiverso, uma iniciativa de uma associação sem fins lucrativos de Lousada.
Criado pela VERDE – Associação para a Conservação Integrada da Natureza, este é o primeiro passo de uma cadeia de ações que procura financiar a preservação de árvores centenárias, de grande porte e de elevado valor ecológico – batizadas como Gigantes Verdes -, garantindo, em simultâneo, a plantação de novos exemplares.
Para alcançar esse objetivo, o Carbono Biodiverso lança, numa primeira fase, uma campanha de crowdfunding (financiamento colaborativo) que pretende angariar 3500 euros até 11 de junho. Ulteriormente, será implementado um sistema de subscrição mensal, em que cada pessoa poderá aderir a um dos pacotes criados pela Verde.
A associação lembra que cada gesto pode fazer a diferença na preservação do património arbóreo do município. Além de albergarem um grande número de organismos, estas árvores centenárias oferecem também diversos benefícios, entre os quais o sequestro de carbono. Esta é uma função vital tendo em conta que, de acordo com dados do Pordata, o nosso estilo de vida representa, em média e per capita, a libertação de cinco toneladas de dióxido de carbono com origem fóssil para a atmosfera por ano.
Através do financiamento do Fundo Ambiental e de Investigação Lousada Sustentável 2017, o projeto teve início em novembro daquele ano. Eram assim dados os primeiros passos de um percurso que pretendia conhecer o arvoredo de grande dimensão do concelho de Lousada, mas que ambiciona expandir-se ao resto do país.
A iniciativa já permitiu identificar 7400 gigantes verdes (árvores com mais de 1,5 metros de perímetro de tronco medido a 1,3 metros do solo). Contudo, o seu promotor e atualmente presidente da Verde, João Gonçalo Soutinho, rapidamente percebeu que a informação compilada poderia ser utilizada para ter um real impacte na preservação destas estruturas naturais. É que, só desde 2017, já desapareceram mais de 450 destes “gigantes verdes”, de acordo com dados da associação.
Em junho de 2018, iniciou-se a caracterização de cada exemplar do concelho por forma a recolher informação sobre a importância de cada árvore. Até final de 2020, foi possível caracterizar 3700 árvores de grande porte.
O projeto entra agora numa nova fase com o objetivo de encontrar soluções duradouras para a preservação destas árvores, com base na iniciativa de financiamento Carbono Biodiverso.