Ver a floresta com outros olhos, aprender com ela e descobrir como podemos contribuir para a sua conservação é o convite deixado pela exposição fotográfica Floresta Portuguesa – Um Olhar Mais Atento, que está patente na Quinta de São Francisco, em Aveiro, até final de outubro.
A floresta representa um imenso património natural, mas sofre constantes pressões e ameaças que têm conduzido à sua uma progressiva degradação e redução. É urgente, por isso, alertar e sensibilizar para a necessidade de proteger e salvaguardar este valioso, mas vulnerável, património. Esta é uma das principais mensagens da exposição fotográfica Floresta Portuguesa – Um Olhar Mais Atento, que se junta agora à exibição “Madeiras de Portugal”, ambas apresentadas pelo programa educativo Floresta do Saber, na Quinta de São Francisco, em Eixo – Aveiro.
A exposição fotográfica é uma iniciativa de Lísia Lopes e Rosa Pinho, da equipa do herbário do departamento de Biologia (DBio) da Universidade de Aveiro, e pretende despertar nos visitantes um olhar mais atento para a diversidade, beleza e importância que a floresta encerra, alertando-os também para os riscos que atualmente corre.
Ao todo podem ser vistas 105 fotografias da autoria de Lísia Lopes que, complementadas por legendas, permitem saber mais sobre a biodiversidade florística de vários ecossistemas florestais portugueses.
Um desses ecossistemas é a floresta Laurissilva, que existe nos Açores, mas maioritariamente no arquipélago da Madeira (onde ocupa cerca de 20% do território). Classificada, em 1999, como Património Mundial Natural da UNESCO, nesta floresta encontram-se espécies como a faia (Myrica faya), o loureiro (Laurus novocanariensis), o barbuzano (Apollonias barbujana), o til (Ocotea foetens) e o vinhático (Persea indica).
Outro dos ecossistemas florestais abordados na exposição Floresta Portuguesa – Um Olhar Mais Atento é a Fagossilva, a floresta de carvalhos – espécies da família das fagáceas (Fagaceae). A Fagossilva cobriu uma parte muito significativa do território desde há cerca de 12 mil anos em Portugal continental, substituindo a anterior a floresta Laurissilva.
As imagens permitem ainda conhecer melhor a floresta para produção, cujas espécies são plantadas e geridas com o objetivo principal de obter materiais (e produtos) que integram o nosso quotidiano, desde madeira e cortiça à pasta para papel e cartão, frutos, sementes ou resinas naturais.
No seu todo, a mostra apresenta a floresta (os seus produtos e serviços) nas suas múltiplas valências – económica, social, ambiental, recreativa e cultural – e o seu papel vital na riqueza e bem-estar da sociedade atual. E deixa a mensagem: por tudo aquilo que proporciona este espaço plural, complexo e multifacetado, e pela importância que tem para o planeta, é fulcral a sua preservação e valorização.