Como resultado do projeto LIFE Montado-Adapt, foi lançada uma ferramenta digital que apoia a tomada de decisão dos proprietários e gestores dos montados e que tem em conta a adaptação aos efeitos das alterações climáticas. Torna-se, assim, mais fácil fazer o diagnóstico do montado e conhecer quais as medidas que poderão ser colocadas em prática, os seus custos e efeitos na adaptação às alterações climáticas, entre outras informações.
Garantir a sustentabilidade económica, social e ambiental do montado, diminuindo a desertificação dos solos e o despovoamento rural, depende de uma correta gestão e utilização sustentável dos recursos naturais do local.
Para apoiar proprietários e gestores neste caminho de sustentabilidade, já está disponível a ferramenta digital do projeto LIFE Montado-Adapt, desenvolvida em parceira pela Associação de Defesa do Património de Mértola e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV). A ferramenta, um Sistema Integrado de Gestão do Montado, ajuda a transformar os proprietários e gestores ibéricos dos montados em agentes de adaptação, disponibilizando informação e alternativas que apoiam a tomada de decisão para uma melhor adaptação às alterações climáticas.
No total, estão disponíveis 40 medidas de adaptação dos montados às alterações climáticas, incluindo informações sobre a razão e a forma de as implementar, avaliação de custos, prós e contras e a forma como vão contribuir para a adaptação, respondendo aos impactes de hoje e do futuro.
Estas medidas para contrariar a aceleração do declínio do montado foram implementadas, de forma experimental nos últimos cinco anos em 12 áreas-piloto do projeto LIFE Montado-Adapt, na Península Ibérica. Destas experiências resultaram testemunhos, em formato de vídeo, que são igualmente disponibilizados nesta ferramenta digital e que facilitam a replicação das soluções propostas.
O registo na plataforma é gratuito e feito online, podendo o proprietário/gestor inscrever diversas explorações e propriedades, de modo a obter um diagnóstico específico para cada uma delas. O primeiro passo implica responder a questões referentes a cinco áreas-chave: arvoredo, gado, água, solo e rentabilidade. Após a descrição da exploração, são apresentadas as medidas de adaptação a implementar, focadas na resolução dos problemas identificados. No final existe um formulário para integrar a Rede de Montados Ativos na Adaptação às Alterações Climáticas que permite indicar as medidas que se pretende aplicar e, no caso de plantação de árvores ou arbustos, ter acesso à possibilidade de oferta de cem plantas de diversas espécies no viveiro de Valverde do ICNF (Alcácer do Sal).
