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Floresta Portuguesa

Como plantar pinheiro-manso para colheita de pinhão?

Ao plantar pinheiro-manso para a produção de pinhão, as árvores devem ficar suficientemente espaçadas para que as copas se possam desenvolver. Tradicionalmente procuravam-se árvores com grandes copas e não muito altas para facilitar a colheita manual de pinhas. Com a instalação de novos povoamentos, regulares e com árvores todas da mesma idade, a gestão tem evoluído para povoamentos mais densos, com pinheiros de copas mais pequenas e mais altas que permitem a utilização de máquinas na colheita. Cada uma destas árvores vai produzir menos pinhas, mas havendo mais árvores por hectare, as produções destes povoamentos acabam por ser semelhantes às de outras zonas com árvores de grandes dimensões e produções individuais superiores.

Em Portugal, antes de plantar pinheiro-manso deve ter-se em conta que o material reprodutivo a utilizar na instalação de povoamentos deve ser proveniente de locais selecionados e incluídos no Catálogo Nacional dos Materiais de Base. Os povoamentos escolhidos são áreas com boas produções e que vão garantir requisitos de qualidade e adaptação do material utilizado, desde que os mesmos sejam usados em regiões com características semelhantes.

No nosso país foram delimitadas sete Regiões de Proveniência (RP) e duas Proveniências de Área Restrita (PAR), das quais a mais importante é a região 5 Charneca Mionénica e Pliocénica dos Vales do Tejo e Sado. Nesta região está incluída a zona de Alcácer do Sal, o chamado “Solar do pinheiro manso”, onde esta espécie tem uma importância socioeconómica elevada.

 

Regiões de Proveniência (RP) e Proveniências de Área Restrita (PAR) para o pinheiro-manso

 

mapa-pinheiro-manso

 

Fonte: Regiões de Proveniência de Portugal, ICNF

 

Deve ter-se em conta também que, embora o pinheiro-manso seja tolerante a diferentes condições de clima e tipos de solo, a plantação deve considerar as melhores condições ao seu desenvolvimento, privilegiando-se as regiões mais quentes e as zonas com boa exposição solar direta (uma vez que a espécie é sensível ao frio), os solos arenosos e podzóis (ricos em minérios, húmus e matéria-orgânica) soltos, profundo e frescos (evitando os solos calcários, encharcados e com má drenagem). É possível ainda plantar pinheiro-manso – em boas condições vegetativas – em solos mais compactos e delgados, derivados de xistos e grauvaques, arenitos compactos e mesmo granitos.

Como a produção de pinha só começa a compensar economicamente a partir dos 15 a 20 anos de idade da árvore, a técnica da enxertia tem sido usada para antecipar a produção rentável de pinha, conseguindo-se obtê-la logo a partir dos 8-10 anos. Esta técnica de propagação vegetativa faz-se pela implantação de uma porção de um ramo de uma árvore (chamada de garfo) sobre outra árvore. Estes garfos têm de ser recolhidos em povoamentos incluídos no Catálogo Nacional dos Materiais de Base, em árvores já em produção e são enxertados em plantas com cerca de três anos de idade.

Durante o período juvenil, os pomares enxertados necessitam de ter em redor povoamentos adultos que contribuíam com o pólen necessário para a fecundação das flores femininas. Esta polinização é realizada pelo vento, razão pela qual deve ser feita uma distribuição cuidadosa dos garfos, de modo a evitar o cruzamento entre árvores aparentadas, que pode conduzir ao aumento da produção de semente vazia.

A produção poderá ainda ser aumentada através de fertilização, desramações e tratamentos fitossanitários adequados e devidamente efetuados. Refira-se que a produção média anual estimada é de cerca de 250 pinhas por árvore, mas são frequentes produções de mil ou até duas mil pinhas numa só árvore.

No entanto, a produção tem sido afetada em anos recentes por várias pragas e doenças, que importa conhecer.

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