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Espécies Invasoras

Devemos temer as árvores exóticas?

As árvores exóticas podem perturbar ecossistemas e ter impactes negativos significativos ou ser aliadas da produção florestal, em solos pobres ou degradados. O seu uso de forma responsável e informada permite benefícios sociais, económicos e ambientais.

A utilização de árvores não nativas não é um fenómeno recente: as árvores de fruto foram introduzidas na Europa há centenas ou mesmo milhares de anos e várias espécies expandiram-se pelo território e são consideradas atualmente nativas – como por exemplo a oliveira (Olea europaea var. europaea), a figueira (Ficus carica), os citrinos (Citrus spp.), a videira (Vitis vinifera) ou as rosáceas (macieiras [Malus domestica], pereiras [Pyrus communis], marmeleiros [Cydonia oblonga] e nespereiras [Eriobotrya japonica], entre outras).

Algumas exóticas introduzidas são hoje consideradas invasoras. Por exemplo, a acácia-de-espigas (Acacia longifolia) foi introduzida para controlar a erosão em dunas litorais e hoje a sua utilização está proibida em Portugal, pois tem reduzido a diversidade de espécies e alterado os ecossistemas dunares.

Por outro lado, há árvores exóticas que consideramos como nossas. O cedro-do-buçaco, que na realidade é um cipreste (Cupressus lusitanica), vem do México e o nome lusitanica deriva da sua classificação inicial ter sido feita em Portugal, com exemplares plantados no Buçaco. O cipreste-comum (Cupressus sempervirens), conhecido como cipreste dos cemitérios, foi introduzido em Portugal para substituir os teixos (Taxus baccata), árvores que eram usadas tradicionalmente nestes locais, mas altamente venenosos. O teixo é uma espécie autóctone quase extinta, encontrando-se alguns exemplares na serra da Estrela e na serra do Gerês. O teixo tem, no entanto, um valor elevado por produzir uma substância utilizada em tratamentos contra alguns tipos de cancro.

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