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Incêndios Rurais

Faz sentido “acabar com o fogo”?

Não faz sentido “acabar com o fogo”. O fogo esteve e estará sempre presente nos ecossistemas com clima mediterrânico temperado (com período seco no verão), tal como o que existe em Portugal continental.

São de salientar os registos fossilizados de carvão vegetal que indicam a existência de fogos desde que existem plantas terrestres, há 420 milhões de anos. Estes registos sugerem que o fogo teve um efeito importante na evolução da flora e da fauna de muitos ecossistemas.

No que concerne à região mediterrânica, a vegetação existente é também resultado da ação repetida do fogo e, ao contrário das opiniões que erradamente se tornaram comuns, o fogo é parte integrante e necessária à sua manutenção. Sendo parte integrante e estruturante dos ecossistemas, o importante não é acabar com o fogo, mas garantir que este tenha baixa intensidade, resultando em impactes menores. Resumidamente: é preciso prevenir os incêndios de alta intensidade e gerir aqueles de baixa intensidade.

Como sublinha a Greenpeace, “os incêndios de baixa intensidade são necessários em certos ecossistemas”. São estes que permitem reduzir a vegetação e prevenir maiores impactes. A supressão de todos os incêndios leva ao aumento da carga de vegetação combustível e, dessa forma, ao aumento da probabilidade de ocorrência de incêndios com elevada intensidade e efeitos devastadores, acima da capacidade de extinção, independentemente dos meios de combate disponíveis.

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