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Recursos Naturais

Quais são as principais ameaças ao solo?

Entre as ameaças ao solo, destacam-se oito principais, identificadas pela Comissão Europeia, na sua Comunicação “Para uma estratégia temática de proteção do solo”:

1. Erosão – desagregação e transporte de partículas do solo superficial pela ação da água ou vento. Resulta principalmente do uso inadequado do solo e da escorrência de água proveniente de estradas e outras superfícies impermeabilizadas por construções;

2. Perda de matéria orgânica – processo de redução da matéria orgânica presente no solo que ocorre principalmente por utilização intensiva do solo, sem que ocorra a sua reposição;

3. Contaminação – pode resultar de atividades humanas como a agricultura, a indústria e o tráfego, entre outras;

4. Compactação – resultante de pressões causadas por cargas elevadas em solos agrícolas e florestais (associadas a maquinarias pesadas, por exemplo) que diminuem a porosidade e a capacidade de infiltração de água no solo;

5. Selagem ou impermeabilização – devido a construções que cobrem totalmente a sua superfície;

6. Declínio na biodiversidade do solo – consequência da perda de matéria orgânica, da qual depende a sobrevivência dos organismos do solo;

7. Salinização – por acumulação de sais que levam a perda de fertilidade do solo;

8. Cheias e deslizamentos de terra – decorrentes de má utilização do solo – atividades mineiras, compactação ou selagem – e que dão origem a erosão.

Apesar de reconhecida a sua importância, os solos têm vindo a sofrer alterações nas últimas décadas, em todo o mundo, e encontram-se atualmente sujeitos a pressões crescentes de sobre-exploração. Esta exploração, que está na origem de algumas destas ameaças ao solo, resulta ou é agravada pelas atividades humanas e origina processos de contaminação, impermeabilização e/ou erosão que degradam o solo.

Quando a degradação do solo ocorre em zonas secas, o processo toma o nome de desertificação e é causado pelas condições do clima (secas, aridez, precipitação intensa irregular) e por atividades humanas como a desflorestação ou o sobrepastoreio, que destroem a estrutura do solo. Estas áreas deixam de ter a capacidade de suportar vegetação e podem levar à migração ou extinção das populações que nelas habitavam. De acordo com o UNEP World Atlas of Desertification, Portugal e o centro e sudeste de Espanha encontram-se entre as áreas em risco de desertificação.

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