Pode parecer estranho para quem vive nas cidades ocidentais, mas a madeira proveniente das florestas continua a ser essencial, sob a forma de lenha e carvão, para cozinhar alimentos. É assim para cerca de 2,4 mil milhões de pessoas no mundo, ou seja, para cerca de um terço da população mundial que, segundo a FAO – Organização das Nações Unidas Alimentação e Agricultura, depende da floresta para confecionar alimentos.
Embora não seja identificado como o principal fim das florestas, cerca de metade da madeira produzida globalmente é usada como combustível – quase 2 mil milhões de m3 em 2019, de acordo com as estatísticas da FAO. Na Europa, este aproveitamento representa pouco mais de 20% do total madeira retirada das florestas (em Portugal representa menos de 10%), mas o consumo de madeira como combustível é e continuará a ser a principal forma de energia em muitos países em desenvolvimento.
Cozinhar é a principal forma de assegurar a absorção dos nutrientes contidos nos alimentos, lembra a FAO no seu relatório de 2020 “The State of The World’s Forests”, e esta utilização doméstica da madeira como fonte de energia é ainda essencial a outras formas de subsistência. Uma em cada dez pessoas depende de lenha ou carvão para ferver água – tornando-a potável e segura para consumo – e para conservar alimentos (fumados e secos, por exemplo) que garantem a subsistência em épocas menos produtivas.