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“Paisagem e ordenamento do território - de Florença 2000 ao Novo Bauhaus Europeu 2021, a olhar 2030”, por Teresa Andresen

Vivemos num contexto de permanente mudança, marcado por novas tendências e valores, que impõem grandes transformações na paisagem e no ordenamento do território. Mas quais os critérios e conceitos que nos devem guiar nesta transformação? E que paisagem queremos – e poderemos – ter no final da próxima década?

Da Convenção Europeia da Paisagem ao Pacto Ecológico Europeu, vários instrumentos e políticas têm moldado, ao longo dos anos, a nossa paisagem e ordenamento do território. Não podemos voltar aos cenários do passado, mas a paisagem atual tem de ser reinventada e bem gerida, de acordo com as particularidades regionais.

É esta a convicção de Teresa Andresen, arquiteta paisagista, para quem, mais do que saber “que paisagem queremos ter em 2030”, importa pensar em que paisagem poderemos ter no final desta década.

Apontando alguns desafios à gestão da nossa paisagem e do ordenamento do território, as políticas e investimentos setoriais devem, na sua opinião, dar lugar a políticas e investimentos de base territorial, atentas às especificidades do território e à sua aproximação aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ao Pacto Ecológico Europeu e à diversidade de caráter e qualidade da paisagem.

Os desafios de Portugal na gestão da paisagem e ordenamento do território

Em Portugal, algumas das principais políticas nacionais relativas a esta temática, como a Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo ou a revisão do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), são anteriores aos mais recentes instrumentos europeus com influência nesta matéria.

Com efeito, as políticas nacionais deverão ser revistas à luz de uma Europa em permanente mudança, marcada por novos instrumentos e políticas, mas também por novos valores, novas catástrofes naturais e novas tendências, como o Novo Bauhaus Europeu (2021). Por outro lado, tudo isto acontecerá num contexto dominado por políticas e investimentos com forte expressão e impacte na paisagem e ordenamento do território como as que resultam do Plano Nacional de Investimentos, do Plano de Recuperação e Resiliência e da nova Política Agrícola Comum.

Assim, para se chegar a um consenso sobre o futuro da nossa paisagem e ordenamento do território será necessário fortalecer as redes relacionais e colaborativas, um caminho que deve privilegiar um ambiente de maior consciência ecológica e de novas perceções de bem-estar.

Seminário gravado a 21 de julho de 2021

Sobre o Formador

Arquiteta paisagista e engenheira agrónoma, Teresa Andresen lecionou no ensino superior durante 30 anos. Desde 2014 que exerce atividade de consultoria junto de diferentes entidades, como a Associação de Municípios, o Parque das Serras do Porto, a Confraria do Bom Jesus do Monte e os Municípios de Braga e Guimarães.

Desempenhou e mantém ainda várias outras funções:

– Presidente do Instituto da Conservação da Natureza (1996-1998);

– Membro do Conselho Cientifico da Agência Europeia de Ambiente (2002-2008);

– Presidente da European Foundation for Landscape Architecture (2004-2007);

– Membro do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável desde 2013;

– Perita de Portugal na Comissão Permanente do Património Mundial da UNESCO (2014-2017);

– Presidente da Direção da AJH – Associação Portuguesa dos Jardins Históricos, desde 2017.