Acrescentar valor à floresta portuguesa implica incrementar o nível de gestão, que é baixo em Portugal. A gestão à escala da paisagem é um dos caminhos a privilegiar: ajuda a compatibilizar a produção florestal de bens privados que remuneram os proprietários, com a disponibilização de serviços do ecossistema, bens públicos que a todos beneficiam.
A gestão florestal tem custos, que variam consoante os sistemas florestais são mais intensivos e voltados para a produção (de madeira ou biomassa, por exemplo) ou privilegiam uma silvicultura mais próxima da natureza ou mesmo de conservação. Também do ponto de vista das receitas há diferenças. Quem gere com objetivos de produção consegue rendimento, nalguns casos, razoável, enquanto quem gere com objetivos de conservação não tem, no modelo que vigora em Portugal, praticamente qualquer receita.
Não gerir tornou-se uma opção para muitos proprietários. Embora não lhes traga receitas significativas, também não acarreta custos. Esta falta de gestão é um dos grandes riscos da nossa floresta e um desafio para acrescentar valor à floresta portuguesa. Mas não é único.
Os serviços do ecossistema proporcionados pela floresta – serviços de regulação, culturais e de suporte que a todos beneficiam – não geram receitas aos proprietários florestais. Isto tem consequências importantes para a gestão florestal porque as soluções mais próximas da natureza, sendo aquelas que mais serviços do ecossistema poderiam proporcionar, não são economicamente viáveis.