Os gregos terão introduzido a oliveira em Portugal e os romanos trouxeram até nós formas mais produtivas de agricultura, para além de terem reintroduzido ou reanimado a cultura dos castanheiros, que, embora nativos, poderão ter sido extintos ou reduzidos a populações relíquia devido à ação dos humanos.
Mais tarde, os muçulmanos introduziram plantas de origem asiática no Sul de Portugal, como a laranjeira-amarga e a alfarrobeira, plantas muito relevantes na história do Algarve, que foi a região portuguesa na qual os povos islâmicos se mantiveram durante mais séculos e na qual a presença de vestígios culturais de origem árabe e berbere é mais notória.
De ressalvar que a laranjeira-doce foi introduzida apenas no século XVI, quando os portugueses a trouxeram da Ásia. Foi a partir do nosso país que esta árvore rumou para outras nações, daí que, em algumas línguas europeias, o nome do fruto tenha ficado, etimologicamente, ligado a Portugal: portokáli (grego), portokalli (albanês), portocale (romeno).
Após as viagens que abriram novas rotas marítimas entre a Europa, as Américas e a Ásia, os europeus assistiram à introdução de plantas provenientes de Novos Mundos desconhecidos, e foi durante esse período que se introduziram plantas americanas como o milho, a batata, o tomate, o pimento e o tabaco que, nos séculos seguintes, foram integradas na agricultura portuguesa e, atualmente, têm uma relevante importância económica em algumas regiões portuguesas, como o milho (Minho), as batatas (Trás-os-Montes) e o tomate (Ribatejo).
Até meados do século XX, a sociedade portuguesa foi maioritariamente rural e todas as atividades quotidianas se desenvolviam em torno da agricultura, sendo necessário um vasto conhecimento sobre as plantas, não apenas alimentares, mas também medicinais, e outras, para que a gestão destes recursos pudesse prover o sustento dos humanos.
A relevância das plantas medicinais era mais evidente no passado, quando a medicina popular constituía o único recurso ao qual se recorria em caso de necessidade. A ubiquidade das plantas na farmacopeia tradicional devia-se (e ainda se deve) a questões de matriz ecológica, porque as plantas, ao contrário dos animais, não utilizam mecanismos de proteção ativa, como a fuga ou o mimetismo, estando impossibilitadas de se mover. Perante esta incapacidade, geram um vasto arsenal químico que visa afastar os predadores, e é exatamente nessa diversidade bioquímica que se encontraram os compostos que estão na origem dos efeitos fisiológicos das plantas utilizadas em sistemas tradicionais de medicina e, também, na génese de muitos fármacos da medicina ocidental contemporânea.
Em Portugal, a legislação emanada do poder régio cedo se interessou pelo que, hoje, denominaríamos medidas de proteção da natureza, embora o objetivo inicial fosse primariamente económico. Um exemplo deste interesse conservacionista foi a Lei das Árvores (1565), que obrigava à arborização de terrenos incultos e baldios com espécies autóctones, e, em 1938, o decreto-lei que protegia as árvores de interesse público e que foi a primeira legislação europeia neste domínio.