Bioeconomia
A bioeconomia circular é um conceito económico que integra as sinergias da economia circular e da bioeconomia e que se foca na utilização de matérias-primas naturais em ciclos fechados.
A economia circular é um modelo de produção e de consumo que envolve a partilha, a reutilização, a reparação e a reciclagem de materiais e produtos existentes, prolongando o seu ciclo de vida. Afasta-se do modelo linear tradicional, “produzir-utilizar-deitar fora” e inspira-se nos mecanismos dos ecossistemas naturais, que gerem recursos a longo prazo, num processo contínuo de reabsorção e reciclagem. Este modelo defende que os resíduos devem ser transformados em subprodutos ou outros materiais que permitam a reutilização, recuperação e reciclagem. Promove assim a coordenação dos sistemas de produção e consumo em circuitos fechados, energizados por fontes renováveis, reduzindo o desperdício e fazendo o uso sensato dos recursos.
A bioeconomia consiste na utilização de matérias-primas naturais renováveis e de origem não fóssil, como as florestas, animais, plantas e até microrganismos, para o desenvolvimento, produção e comercialização de bioprodutos.
Economia linear versus economia circular
Fonte: CC 3.0 Catherine Weetman 2016, Wikipedia
Estes conceitos, aplicados à floresta, estimulam o aproveitamento dos recursos – madeira, biomassa, produtos florestais não lenhosos – e a valorização dos serviços do ecossistema, contribuindo ainda para:
– reduzir a exploração de matérias-primas naturais (pela reutilização e valorização de desperdícios, que passam a ser matérias-primas secundárias);
– promover a inovação e desenvolvimento de produtos com valor acrescentado nas indústrias de base florestal e em novos sectores: químico, farmacêutico, têxtil, alimentar, entre outros;
– aumentar o emprego e o valor dos recursos, produtos e serviços florestais;
– promover a gestão florestal sustentável, a certificação florestal e o rendimento rural;
– diminuir a dependência dos combustíveis fósseis e as emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera;
– aumentar a produção de energias renováveis.
Fonte: Partners for Innovation
Bioeconomia
Portugal encontra-se numa posição privilegiada para liderar a transição para a bioeconomia na Europa, reconhece o “Mapping Portugal’s bio-based potential”, um novo Relatório do BIC – Bio-based Industries Consortium, que identifica as indústrias da “alimentação e bebidas”, da “pasta e papel” e “do processamento de madeira” como três dos motores nacionais da bioeconomia.
Bioeconomia
As preocupações globais com a sustentabilidade têm limitado o uso de produtos de origem fóssil e renovado o interesse pelos produtos de base florestal. Encontrar novas aplicações e processos para os recursos florestais, assim como novas possibilidades de aproveitamento de sobrantes – desperdícios e resíduos “verdes” – são caminhos para aumentar o valor acrescentado da floresta e prolongar o sequestro de carbono. Em Portugal, há sinais encorajadores, sobretudo na bioindústria.