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Bioeconomia

Quais as indústrias mais dependentes de matérias-primas fósseis e onde a bioeconomia pode ter um impacte ambiental mais positivo?

Além da energia e transportes, a construção, os plásticos e os têxteis são sectores que dependem de matérias-primas fósseis e para os quais os recursos florestais seriam uma alternativa mais sustentável, segundo o relatório Leading the way to a European circular bioeconomy strategy (2018).

Refira-se que em termos globais:

– a energia fóssil representa cerca de 80% da procura total de energia (75% em Portugal).

– as fibras de base fóssil estão na origem de 70% dos têxteis. Em 2015, a indústria têxtil consumiu 98 milhões de toneladas de petróleo, produziu 2% do total das emissões de carbono e cerca de meio milhão de toneladas das suas microfibras acabaram nos oceanos, sendo-lhe atribuída 20% da poluição aquática industrial. Só 12% das fibras têxteis são recicladas e mesmo essas seguem normalmente para produtos de pouco valor como material de isolamento. A maioria (73%) é incinerada ou segue para lixeiras depois de ter apenas um utilizador.

– 98% dos plásticos derivam de matérias-primas fósseis. Mais de 300 milhões de toneladas de polímeros de plástico foram produzidos em 2016. Cerca de 90% de todos os plásticos são produzidos com matérias-primas fósseis, contabilizando 6% do consumo de petróleo. Só 14% do plástico é reciclado; 54% é incinerado ou acaba em aterros e mais de 30% acaba nos ecossistemas terrestres e aquáticos.

– o sector europeu da construção é responsável pelo consumo total de 42% da energia, 30% da água, 50% dos recursos extraídos e pela libertação para a atmosfera de 35% dos gases com efeito de estufa. O uso mais intensivo de novos bioprodutos de base florestal – madeiras, aglomerados, isolantes – permite acumular reservas de carbono e pode substituir parte do aço, cimento e outros materiais cuja produção exige elevado consumo de combustíveis fósseis. Além disso, a utilização de madeira, pelas suas características de isolamento, permite reduzir o consumo de energia.

Os biocompósitos e biomateriais constituem, por isso, alternativas a grande parte das matérias-primas fósseis e começam já a ser utilizados, embora na maioria dos casos como exceção.

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