Da floresta obtemos bens privados, normalmente transacionados e com valor de mercado, e bens de natureza pública, tradicionalmente sem mercado, como é o caso dos serviços ambientais (ou serviços do ecossistema), que beneficiam toda a sociedade. São estas duas vertentes que importa considerar para calcular quanto vale a floresta portuguesa.
Relativamente aos bens privados, o valor produzido nas florestas é mais fácil de calcular, por dizer respeito a produtos tipicamente contabilizados nas estatísticas da silvicultura, como a madeira, a cortiça ou a resina. Segundo o INE – Instituto Nacional de Estatística, estes bens silvícolas representaram mais de 883 milhões de euros em 2018.
Já para os serviços que têm a natureza de bens públicos, como o sequestro de carbono, a proteção dos solos contra a erosão, a preservação dos recursos hídricos ou a conservação da biodiversidade, este cálculo – embora essencial para calcular quanto vale a floresta portuguesa – é mais complexo e exige modelos baseados naquilo que a sociedade estaria disposta a pagar (e, em alguns casos, paga efetivamente) para que sejam produzidos.