Gosto de ver o mar, com o sol a recolher, languidamente, na tarde calma… E, ali tão perto, encanta-me a exuberância da Mata dos Medos, com árvores que parecem pessoas em pose lasciva, a espreguiçar-se nas arribas que travaram o avanço do mar, há milhões de anos. São bastiões do equilíbrio.
A FLORESTA é o melhor colo para os nossos desvarios e devaneios. A nossa criança interior sente-se em casa, quando mexe na terra e abraça uma árvore. A força telúrica do chão que pisamos invade-nos o corpo todo, como se fossem fluidos de felicidade – essa utopia que nos acompanha até morrer.
Estamos a iniciar uma época bonita do ano, que traz sol a rodos. Na primavera, proliferam os campos em flor e saltam à vista os “espelhos de água” como se fossem aguarelas de paisagem. É nesta moldura que as feromonas dão largas à imaginação. E gostamos – ai se gostamos! – de sair de casa… e namorar tudo o que desperta os sentidos.