O uso de espécies introduzidas encontra justificação na diversificação da oferta de produtos florestais e no acréscimo da produção de material lenhoso, face à pressão da procura crescente. A Europa tem uma riqueza em espécies arbóreas notoriamente baixa em comparação com regiões temperadas de outros continentes, devido ao efeito conjugado das glaciações do Quaternário e da orientação dominante do relevo, o que levou desde cedo na sua história à procura de alternativas não autóctones.
Quando instaladas e conduzidas de forma técnica e ambientalmente adequada, as plantações florestais com espécies exóticas não invasoras podem até contribuir para reduzir a pressão sobre florestas autóctones ainda existentes, com regeneração natural e ambientalmente valiosas.
Algumas espécies exóticas podem, contudo, tornar-se invasoras, quer devido a uma propagação natural agressiva, quer por deficiências na gestão dos povoamentos, conduzindo a uma expansão descontrolada, quer ainda pela conjugação destas duas causas, o que é provavelmente o mais frequente. Estes casos justificam, ao menos parcialmente, a convicção popular quanto aos inconvenientes do uso de espécies florestais exóticas na arborização. Deve, contudo, salientar-se que por vezes o carácter invasor só se manifestou após o abandono das plantações devido à perda da sua utilidade económica. Parece ser o que aconteceu com pelo menos algumas espécies de acácias introduzidas em Portugal e usadas no passado para extração de taninos para curtimenta e de lenha para fornos, as quais se tornaram, entretanto, economicamente supérfluas e invasoras preocupantes.
Esta invasibilidade deve ainda assim distinguir-se da tendência das espécies pioneiras – adaptadas a colonizar ambientes onde encontrem pouca competição – para se regenerarem naturalmente em condições favoráveis. Em rigor, deve sugerir-se que o conceito de espécie invasora se aplique aos casos em que ocorram prejuízos económicos, ambientais ou de qualquer outro tipo e o controlo da regeneração só seja exequível com um elevado investimento em trabalho e em recursos técnicos e financeiros.
Algumas espécies autóctones ou naturalizadas desde longa data podem ter também uma propagação agressiva para áreas abandonadas ou deficientemente geridas, sem que se justifique considerá-las invasoras: o choupo-branco, o freixo-de-folhas-estreitas, o carvalho-cerquinho e o pinheiro-bravo podem ter esse comportamento, sem que causem inconvenientes ambientais de grande monta ou sejam difíceis de controlar quando necessário.