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As águas da Caldeira Velha emergem do interior da terra a temperaturas que rondam os 35ºC e mantêm junto à cascata uns convidativos 25ºC a 30ºC. Estes reconfortantes banhos só são possíveis porque a água é aquecida pelo calor interno do Vulcão do Fogo, também conhecido como Vulcão da Água de Pau. A cascata é apenas uma das maravilhas deste local, onde é possível ir a banhos em três poças termais.

Seja a descansar dentro das poças ou a percorrer o trilho ali existente, vale a pena olhar para a paleta de verdes em redor, onde ainda é possível encontrar elementos da floresta nativa açoriana, como as endémicas furada (Hypericum foliosum – também conhecida por malfurada) e cardamine (Cardamine caldeirarum), o azevinho (Ilex aquifolium), a hera (Hedera helix), o samouco ou faia-das-ilhas (Morella faya ou Myrica faya), o queiró (Calluna vulgaris), o feto-real (Osmunda regalis), o folhado dos Açores (Viburmum treleasei) e o musgão (turfeira do género Sphagnum).

Dada a sua riqueza e características em termos de biodiversidade, geodiversidade e termalismo, a zona da Caldeira Velha é classificada como Monumento Natural. A visita e banhos são apoiados pelo Centro de Interpretação Ambiental da Caldeira Velha que, além de dar a conhecer o valor ambiental da Caldeira Velha e do Parque Natural da Ilha de São Miguel onde está integrada, disponibiliza várias estruturas de apoio aos visitantes – bilhetes e vestiários, por exemplo – e preservação do património.

Antes de seguir viagem, confirme se as poças termais se encontram abertas devido às restrições impostas em contexto da pandemia Covid-19. Para chegar siga as seguintes coordenadas GPS: 37°46’58.0″N 25°30’03.0″W. Como o local é muito procurado, o melhor é chegar cedo!

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Menos conhecida do que a sua vizinha Serra da Estrela, os encantos da Serra do Açor são um segredo bem guardado da região Centro. É nesta área protegida que se encontra a Mata da Margaraça, relíquia da floresta autóctone do centro do país e “morada” da Fraga da Pena. Precipitando-se pelo xisto, o lençol de água dá origem a sucessivas piscinas naturais.

Nas margens, exemplares antigos de carvalho-alvarinho (Quercus robur) e de castanheiros (Castanea sativa) partilham a sombra com adernos (Phillyrea latifolia e Phillyrea angustifólia), medronheiros (Arbustus unedo) e troviscos (Daphne gnidium). A abundante vegetação é, aliás, um sinal natural de que se encontra numa das matas mais antigas da região Centro, variante do carvalhal primitivo, considerada uma das florestas caducifólias mais notáveis de Portugal.

É, portanto, quase obrigatório que a visita às águas da Fraga da Pena seja acompanhada de um passeio pela envolvente da Mata da Margaraça. Além da vegetação junto da cascata, pode apreciar também loureiros (Laurus nobilis), ulmeiros (Ulmus spp.), azereiros (Prunus lusitanica subsp. lusitanica) e até vibrantes narcisos (Narcissus triandrus), cardos (Eryngium duriaei) e orquídeas (Cephalanthera longifolia e Orchis máscula), entre outras espécies – que tornam apetecível um passeio por altura da floração, na Primavera. De lembrar que 80% da área da Mata da Margaraça ardeu em 2017, mas o habitat está em visível recuperação, mostra de resiliência que lhe é reconhecida ao longo da História.

Por entre os cerca de 50 hectares da Mata, pode encontrar a Fraga da Pena nas coordenadas 40º13’12.30 N; 7º56’09.62 W.

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Nas freguesias de Querença, Tôr e Benafim (Loulé), a maior riqueza da Paisagem Protegida Local da Fonte Benémola é a água que corre da ribeira da Fonte Menalva e se junta com a ribeira das Mercês e as nascentes de “Fonte Benémola” e “Olho”. No passado, estas águas eram transportadas por levadas até noras e azenhas, que as faziam chegar às hortas, num sistema hidráulico de que ainda restam vestígios. Mais recentemente, parte dos velhos açudes foram recuperados e juntaram-se-lhe alguns novos, criando quedas e espelhos de água ao longo da ribeira.

As propriedades terapêuticas da água destas nascentes foram (e continuam a ser) também fator de atração turística do local, como indica a Divisão de Ambiente da Câmara de Loulé ao Florestas.pt. A água do “Olho” é associada ao tratamento de problemas do aparelho digestivo, enquanto os banhos na Fonte Benémola são vistos como uma forma de aliviar doenças reumáticas ou tratar problemas dermatológicos.

Se é certo que estas águas são um convite para ir a banhos num Algarve diferente – longe das praias que o tornam referência turística – a natureza que as envolve é também pouco comum. A sul, a Ribeira da Fonte de Menalva corre num vale ladeado por uma densa floresta ribeirinha, com salgueiros (Salix alba), freixos (Fraxinus excelsior), choupos (Populus spp.) e folhados (Viburnum tinus).

Para conhecer, aventure-se pelo Percurso Pedestre da Fonte Benémola, um circuito circular de 4,2 km e baixo grau de dificuldade, com partida da estrada municipal 524 entre Tôr e Querença (37°11’44” N 08°00’26” W). Parte do caminho é comum à Grande Rota da Via Algarviana e ao Percurso Pedestre das Sete Fontes.

Imagem: © Clara Fernandes / Divisão de Ambiente CM Loulé

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Quando o tema são cascatas portuguesas, é incontornável virar atenções para a ilha da Madeira. Desde pequenos jorros de água a fascinantes quedas de água, a ilha é profícua em cenários de beleza cinematográfica. Uma das mais conhecidas é, precisamente, a Lagoa das 25 Fontes, formada pelas águas que descem do Paul da Serra e que, ao longo de uma queda de 30 metros pela rocha vulcânica, se dividem em pequenos cursos de água (bem mais do que os 25 que lhe dão nome). A emoldurar o cenário, fetos de grande porte decoram as paredes de pedra.

Esta pequena lagoa pode ser vista no vale do Rabaçal, a cerca de mil metros de altitude. A sua fama, para turistas e residentes, justifica-se pela lagoa em si e pelo percurso de vários quilómetros até lá chegar. É caso para dizer que o que conta é o destino, mas também o caminho.

Isto porque o acesso à cascata é feito através da Levada das 25 Fontes (PR6), uma das mais procuradas para passeios em levadas – os canais de irrigação construídos para levar a água de norte para sul da ilha. A popularidade do percurso deriva do trilho relativamente fácil de percorrer (ao longo de mais de nove quilómetros, ida e volta) e da envolvência de paisagens deslumbrantes.

Descubra a levada e aprecie a variedade de espécies endémicas da floresta Laurissilva da Madeira, que se mantém como vestígio do denso coberto vegetal primitivo da ilha e está classificada como Património Mundial Natural pela UNESCO. São de destacar os loureiros de grande porte (Laurus novocanariensis) e, à cota da lagoa das 25 Fontes, o urzal de altitude (Erica arborea e Erica scoparia ssp. maderensis), a uva-da-serra (Vaccinium padifolium) e o raro mocano (Pittosporum coriaceum).

A partir da Calheta, siga cedo (para evitar as maiores afluências de turistas) pelas coordenadas 32° 45′ 18.0″ N 17° 08′ 01.8″ W e tenha em atenção que poderão existir limitações temporárias no passeio pela Levada, atualmente em fase de recuperação e melhoria por parte do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).

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A água é gelada, mas quem já lá mergulhou assegura que vale a pena. O acesso, outrora atribulado, tornou-se um pouco mais fácil em 2019, depois de criados os Passadiços do Pequeno Furado que integram diferentes percursos pedestres na zona de Vila de Rei, Zêzere e Albufeira de Castelo de Bode, como o Trilho das Bufareiras ou a Grande Rota do Zêzere.

A cascata está encaixada num maciço rochoso arborizado e a água que dela brota forma várias pequenas lagoas, até uma praia fluvial, com várias estruturas de apoio, incluindo parque de merendas. No topo da cascata, um miradouro permite apreciar a paisagem, mas é em redor das águas – do rio e lagoas – que existe maior riqueza botânica e faunística.

Apesar de esta região ter sido bastante penalizada por incêndios florestais desde finais do século XX (com destaque para os grandes incêndios de 2017), a flora inclui amieiros (Alnus glutinosa), freixos (Fraxinus angustifolia), diversas espécies de salgueiros (Salix spp.), sabugueiros (Sambucus nigra), assim como alguns exemplares de carvalho-roble (Quercus robur) e castanheiro (Castanea sativa). De vez em quando, conseguem-se avistar-se lontras (Lutra lutra), esquilos-vermelhos (Sciurus vulgaris), guarda-rios (Alcedo atthis) e milhafres pretos (Milvus migrans).

Um pouco acima, com um acesso mais difícil e num percurso com algumas árvores derrubadas pela tempestade Elsa (em 2019), há ainda uma outra cascata a explorar. Comece pelo Penedo Furado, em Vila de Rei: coordenadas 39º 37’ 31.87” N 8º 9’ 44. 48” W.

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Naquela que é uma das mais emblemáticas cascatas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, a queda de água da Portela do Homem dá origem a diversas lagoas de água cristalina, ladeadas de penedos graníticos. O percurso para lá chegar é fácil: basta seguir, a partir da vila do Gerês, em direção à fronteira (Portela do Homem), via Mata da Albergaria. A cascata encontra-se depois da ponte sobre o Rio Homem, à direita. Contudo, se chegar de automóvel, terá de seguir caminho até ao parque de estacionamento da fronteira (a cerca de dois quilómetros da queda de água).

Aproveite o caminho – de ida ou de regresso – para se “perder” na Mata da Albergaria, um dos pontos emblemáticos de qualquer roteiro pelo Gerês. Aqui encontrará um dos carvalhais seculares em melhor estado de conservação da Península Ibérica, dominado pelo carvalho-alvarinho (Quercus robur) e com presença esporádica do carvalho-negral (Quercus pyrenaica), embora sejam visíveis também outras espécies características da fauna e da flora do Gerês.

Siga para 41° 48′ 12.9″ N 8° 07′ 41.7″ W e tenha em atenção que, nos meses de verão (até ao final de setembro), a circulação automóvel pela Mata da Albergaria encontra diversas restrições impostas para preservação deste ecossistema. É cobrada uma taxa aos veículos que circulem nas estradas florestais da mata e a velocidade máxima é de 40 quilómetros/hora.