A região ibérica tem um elevado número de endemismos, isto é, de espécies que existem apenas numa área específica do mundo. Entre estas, estão vários anfíbios e répteis únicos, que testemunham a riqueza da biodiversidade do nosso território.
Muitos destes anfíbios e répteis são pouco conhecidos da maioria dos portugueses, devido ao seu tamanho pequeno e por serem menos “vistosos” que outros animais. Além disso, alguns vivem longe das zonas onde a presença humana perturba o seu habitat e muitas pessoas continuam a receá-los ou a associá-los a crenças populares de feitiçaria, pelas características de alguns destes animais. Olhos grandes e salientes, verrugas ou comportamentos de defesa que incluem, por exemplo, a libertação de secreções tóxicas levam a que sejam “mal-amados”, como refere a ficha Informativa “À Descoberta da Biodiversidade”.
Estes pacíficos répteis e anfíbios são, no entanto, um tesouro que importa preservar. A sua limitada “área de residência”, e, em alguns casos, a redução de habitats e dispersão de populações, coloca várias espécies no Livro Vermelho dos Invertebrados de Portugal e também na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. Esta última é uma iniciativa da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) que indica o estatuto de conservação das espécies a nível global.