Este glamorous camping, o desfrutar do contacto com a natureza num ambiente de luxo e sofisticação, é um fenómeno que tem vindo a ganhar adeptos. Contudo, muito antes de existir o conceito do glamping, já os Otomanos tinham criado as primeiras tendas de luxo, no século XVIII.
A “Tenda Palácio” Otomana era, então, o centro de um complexo imperial, composto por centenas de tendas com variados propósitos (tenda cozinha e casa de banho, por exemplo), valorizadas pela mobilidade que respeitava o nomadismo deste povo. Ricamente decorada com sedas e bordados, tapetes, arte e mobiliário opulento, a “Tenda Palácio” foi utilizada durante todo o Império Otomano e, mesmo no seu final, as tendas continuaram a servir como área de transição entre o exterior e as construções entretanto edificadas. Mantinham-se, por isso, como espaços onde era possível desfrutar da natureza de forma confortável, sendo escolhidas, inclusive, para a realização de cerimónias grandiosas.
Mais tarde, a partir de 1900, outro predecessor do glamping surge em África para acolher uma elite europeia que procurava experiências exóticas, sem perder o conforto das suas casas. Nascem, assim, os luxuosos acampamentos de safari, compostos por tendas de grandes dimensões, feitas de lona, com camas, sofás, mobiliário em mogno, pianos, louça de porcelana e um impecável serviço de apoio aos hóspedes.
É com inspiração nestas tendas e noutras típicas de povos distantes – yurts da Mongólia, tipis dos ameríndios ou tendas rajasthan indianas – que nasce o moderno glamping, reforçado por preocupações ambientais mais recentes, patentes, por exemplo, no conceito de ecopod, estrutura feita integralmente com materiais recicláveis.