Descobrir

Turismo e Lazer

Parque aventura: do arborismo ao slide sobre a floresta

Voar sobre as copas, ultrapassar obstáculos entre árvores ou deixar-se cair num abismo de floresta são apenas algumas das atividades a experimentar num Parque Aventura. De norte a sul, há vários para descobrir e todos eles são um excelente ponto de partida para conjugar emoções fortes e dias tranquilos em plena natureza.

Quem gosta de emoções fortes, mas não dispensa a tranquilidade da natureza, tem de norte a sul várias propostas que permitem combinar as duas experiências. A mais radical num Parque Aventura e a mais tranquila numa das muitas zonas naturais e florestais por perto.

Nas próximas férias ou numa escapadinha para “recarregar baterias”, deixe-se levar pela adrenalina em atividades como o arborismo, o salto negativo ou o slide sobre as copas das árvores, e descomprima em caminhadas e passeios por serras e parques, onde pode descansar à sombra das copas, banhar-se em cascatas e lagoas, aprender sobre espécies que desconhecia ou, apenas, “ouvir o silêncio” dos espaços verdes.

A voar sobre a floresta ou com os pés bem assentes na terra, escolha um Parque Aventura e siga as propostas que lhe deixamos, do Minho ao Algarve. Antes de seguir viagem, confirme se os locais estão abertos.

Salto Negativo, na Póvoa de Lanhoso

Salto_Negativo

Ser projetado em direção ao céu e de seguida experimentar a queda livre é, certamente, uma experiência difícil de esquecer. Designada de Salto Negativo, esta é uma das 50 atividades de desporto, aventura e natureza que o Diverlanhoso, um dos maiores parques de aventura da Península Ibérica, no concelho da Póvoa de Lanhoso (Braga), tem para oferecer.

O Salto Negativo atinge até 14 metros de altura em milésimos de segundos. Para um melhor enquadramento com a natureza, a ancoragem é feita em suportes naturais, mais precisamente em dois altos eucaliptos (Eucalyptus globulus), a partir dos quais se inicia o salto. Lá de cima, é possível desfrutar de uma vista incrível para uma paisagem dominada pelo verde.

Esta é apenas uma das atividades que o Diverlanhoso tem para oferecer. O Parque dispõe ainda de nove casas em madeira, com diferentes tipologias, às quais se junta um dormitório (mínimo de 15 pessoas) e uma zona de acampamento.

Este pode ser, por isso, um ótimo ponto de partida para explorar a riqueza do património natural da região. A uma escassa distância encontra-se o Parque Nacional da Peneda-Gerês, a primeira área protegida criada em Portugal e a única que conta com o estatuto de Parque Nacional, desde 1971, uma espécie de “máquina do tempo”, onde se cruza a história humana e natural.

Outro dos tesouros mais bem guardados do Alto Minho é a Paisagem Protegida do Corno do Bico, em Paredes de Coura. As suas encostas, fragmentadas por campos agrícolas, muros e socalcos, albergam uma importante mancha de carvalhal, que constitui cerca de 25% da paisagem. Este santuário natural com uma área de mais de 2 mil hectares, acolhe mais de 439 espécies de flora. Da vegetação, destacam-se os bosques ripícolas (presentes nas margens dos cursos de água) dominados por freixos-de-folha-estreita (Fraxinus angustifolia) e amieiros (Alnus glutinosa). A estes juntam-se manchas de pinhal, lameiros e uma turfeira, um ecossistema de zonas húmidas alagadas, habitado por musgos e vegetação hidrófila (adaptada ao encharcamento), muito rico em matéria orgânica parcialmente decomposta que se vai acumulando na ausência de oxigénio, a turfa. Para além de usufruir do estatuto de Paisagem Protegida, esta região está, quase na totalidade, incluída na Lista Nacional de Sítios de Importância Comunitária ao abrigo da Diretiva Habitats.

Pena Aventura, Ribeira de Pena

No concelho da Ribeira de Pena (Vila Real), encontra um dos maiores Fantasticable do mundo. Esta atividade do Parque Pena Aventura acontece num cabo com 1538 metros de comprimento, que liga os lugares de Lamelas e Bustelo. Os mais aventureiros são transportados até Bustelo e suspensos a uma altura de 150 metros. Daqui, partem para um “voo” por cima da paisagem e em direção às árvores, a uma velocidade que pode chegar aos 130 quilómetros/hora.

Se ainda não planeou todos os dias de férias, aproveite o bom tempo e deslize pelas montanhas, conheça as descidas Íngremes do Rio Poio ou os rápidos do Rio Tâmega nas várias atividades que é possível experimentar neste parque aventura. Numa área de 16 hectares, pode praticar desde percursos pedestres, canoagem, rafting e escalada, a percursos nas árvores, minigolfe ou o Alpine coaster, uma espécie de montanha russa por entre as árvores.

Pena Aventura

A sua localização geográfica, junto ao Parque Natural do Alvão, confere-lhe um grande interesse paisagístico, geológico e rico em biodiversidade. Aproveite para conhecer esta área protegida e refresque-se numa das “piocas”, as lagoas formadas por uma das mais imponentes cascatas portuguesas, as Fisgas de Ermelo. Esta falha geológica, localizada no concelho de Mondim de Basto, obrigou a que as águas do rio Olo se “enfisgassem” pelas rochas, originando uma das maiores quedas de água da Europa e uma das mais belas de Portugal.

Rico em diversidade, o Parque Natural do Alvão é um verdadeiro “oásis” para os amantes da natureza e uma das muitas paisagens transmontanas de beleza singular.

Na mesma região, destaca-se também a Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, onde é possível apreciar uma interessante mistura de flora mediterrânica. Neste local, espécies como o carvalho-cerquinho (Quercus faginea) e o castanheiro (Castanea sativa) convivem com oliveiras (Olea europaea), sobreiros (Quercus suber), vinhas, matos e lameiros. Com mais de 3270 hectares, esta paisagem protegida encontra-se parcialmente incluída no Sítio de Interesse Comunitário “Morais”, da rede Natura 2000. Na margem da albufeira do Azibo destaca-se um dos mais bem conservados sobreirais transmontanos. A presença da água e a sua envolvente facilitam a nidificação de várias espécies da avifauna selvagem, como o mergulhão-de-crista (Podiceps cristatus), símbolo desta área protegida.

Parque Aventura de São Jorge, Aljubarrota

Parque Aventura São Jorge

O pinhal do Campo Militar de São Jorge, junto ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, acolhe o único parque de arborismo do mundo inteiramente dedicado à temática medieval. Espalhados pelo Parque Aventura de São Jorge há dezenas de obstáculos para transpor e aprender sobre a Batalha de Aljubarrota.

O parque pretende transpor os visitantes para o imaginário da floresta de Sherwood, onde supostamente Robin Hood e os seus companheiros se escondiam. Rodeado pelo verde dos pinheiros (Pinus spp.), o local promete uma experiência repleta de histórias e emoções fortes.

Além da adrenalina e diversão garantidas neste parque aventura, não faltam na região opções para explorar o património natural. Das paisagens das serras às grutas naturais ou às zonas protegidas, há muito para descobrir, já que o Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros, tem mais de 38 mil hectares na região Centro. Esta área protegida, que se desenvolve entre os concelhos de Leiria, Rio Maior, Torres Novas e Tomar, distingue-se pela sua vegetação e fauna, bem como pela rede de cursos de água subterrâneos.

Da sua flora, destacam-se algumas espécies como o carvalho-cerquinho (Quercus faginea), o sobreiro (Quercus suber) e os ulmeiros (Ulmus spp.). Na fauna são mais de uma centena as espécies de aves que ali nidificam. Algumas têm uma elevada importância nacional, como o bufo-real (Bubo bubo) e a gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), que nidifica em cavidades.

Adventure Park, Linda-a-Velha

Para quem quer desafiar a coragem, o equilíbrio, a coordenação e, simultaneamente, transpor obstáculos fixados nas copas das árvores, o arborismo é uma experiência inigualável. Na região de Lisboa, o Adventure Park, no Jamor, oferece três circuitos, incluindo um para crianças.

O seu slogan “De volta à floresta” não poderia ser mais apropriado, incentivando o contacto com a natureza. Este parque aventura abre-se sobre a paisagem do Jamor, e os seus circuitos permitem chegar a 14 metros do chão e saltar de slide a uma altura de 200 metros.

Mesmo às portas de Lisboa, o Jamor é hoje o resultado de um legado desportivo, cultural e ambiental. Nos 200 hectares de natureza que envolvem o Centro Desportivo Nacional do Jamor (CDNJ), existe também um parque urbano e uma extensa zona de mata para uma ligação perfeita entre a natureza, a prática desportiva e os passeios entre várias espécies de árvores, onde não faltam pinheiros mansos (Pinus pinea), pinheiros de alepo (Pinus halepensis), cedros e ciprestes (Cupressus spp.) e, ainda, alguns núcleos de pinheiro das Canárias (Pinus canariensis). Como espécies arbóreas mais representativas da mata, destacam-se também o medronheiro (Arbutus unedo), a aroeira (Pistacia lentiscus), o eucalipto (Eucalyptus sp.) e o lódão-bastardo (Celtis australis).

Adventure Park

Parque Aventura da Fóia, Monchique

Parque da Fóia

Enquadrado pela serra e floresta de Monchique e rodeado pela paisagem extraordinária da Fóia – o ponto mais alto do Algarve -, o Parque Aventura da Fóia permite desde caminhadas a arborismo.

Sob o lema “Aventura que respeita a Natureza”, os percursos convidam os participantes a partir à descoberta e interpretação da flora do local, de que são exemplo espécies como o pinheiro americano (Pinus ponderosa), o eucalipto (Eucaliptus globulus), algumas espécies de cogumelos como o boleto (Boletus luridiformis) ou a característica e rara adelfeira (Rhododendron ponticum), um dos melhores exemplos de espécies relíquias que subsistem na Península Ibérica. Os mais aventureiros podem experimentar desde escalada e arborismo a canoagem.

Em qualquer dos casos, esta é uma oportunidade para descobrir um Algarve diferente, longe das praias, e percorrer a Serra de Monchique. Do cimo, a vista da Fóia abre-se em todas as direções e dos seus miradouros é possível admirar a paisagem singular sobre o Cabo de São Vicente, as serranias para norte e a sucessão de cerros e vales até à costa sul.

Graças à diversidade do seu coberto vegetal, refúgio para os dias de maior calor, a serra é apelidada de “Jardim do Algarve”. Uma das suas espécies nativas mais emblemáticas é o carvalho-de-monchique (Quercus canariensis), com dois exemplares a merecer uma visita, pois partilham com várias outras gigantes o título de Árvores de Interesse Público. De rara beleza e exuberante vegetação, Monchique oferece também uma estância termal no coração da serra, propícia para uns dias de tranquilidade em sintonia com a natureza.