Incêndios Rurais
Existem, atualmente, cerca de 80% de incêndios com causas apuradas, de acordo com dados do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. De realçar que o número de incêndios investigados e com causas apuradas tem vindo a aumentar nos últimos anos.
Evolução do número de incêndios rurais por tipologia de causa, 2001–2018
Fonte: Dados do ICNF
Dentro dos incêndios com causa apurada e conhecida, a maioria é causada por negligência (que engloba o uso do fogo e os acidentes) ou causas intencionais (sobretudo incendiarismo). As causas intencionais representam entre 20%-30% do número de incêndios, mas constituem entre 40%-50% da área ardida. A negligência representa entre 50-60% dos incêndios, mas entre 30%-40% de área ardida.
Evolução do número de incêndios por tipologia de causa, 2001–2018
Evolução de área queimada por tipologia de causa, 2001–2018
Fonte: Dados do ICNF
A maioria das causas negligentes está associada a tarefas tradicionais da agricultura, silvicultura e pastorícia que envolvem o fogo e que acabam por se descontrolar, como as queimadas, queimas e fogueiras. Embora a legislação limite a época de queimas e queimadas, o facto de estas serem práticas tradicionais contribui para que a lei seja frequentemente menosprezada. Esta é considerada a principal causa de incêndios relacionada com o uso do fogo (negligência), sendo que parte das queimadas são feitas para renovação de pastagem.
O aumento do número de ignições relacionadas com causas humanas (tanto devido a negligência, como de forma intencional) é um dos quatro fatores centrais que estão a aumentar o risco de incêndio em toda a zona mediterrânica da Europa, incluindo em Portugal.
Fogo
Nos últimos anos, tem aumentado o número de grandes incêndios que atingem as áreas rurais. Pela dimensão e intensidade do fogo, esta nova geração de incêndios dá origem a áreas ardidas mais extensas, com impacte socioeconómico significativo e perda de vidas.
Fogo
2003, 2005 e 2017 foram os anos dos mais severos incêndios rurais e contribuíram para que a área ardida em Portugal fosse das maiores da Europa nas duas últimas décadas. Para além de refletirem mudanças na utilização do espaço rural, estes registos estão diretamente relacionados com condições meteorológicas extremas.