Dinâmica Rural
A expressão Revolução Verde refere-se à disseminação, a partir de 1960, nos Estados Unidos e na Europa, de uma nova forma de produção agrícola que veio aumentar a produção e combater a fome que se fazia sentir. O mentor desta revolução foi o agrónomo e florestal Norman Borlaug que, convicto de que o primeiro passo para garantir a paz no mundo era alimentar toda a população faminta, dedicou a vida à resolução científica do problema. O seu trabalho valeu-lhe o Prémio Nobel da Paz em 1970, pela contribuição para a redução da fome mundial.
Os avanços tecnológicos e científicos que estiveram na base da Revolução Verde tiveram início no século XIX, mas só a partir de 1960 é que a expressão começou a ser utilizada. O modelo de produção defendido tinha como base a mecanização e a utilização de sementes geneticamente modificadas e fertilizantes que permitiam maiores produções, com recurso a menos mão-de-obra. Isto permitiu aumentar a produção e o rendimento de forma a acompanhar o crescimento da população, sem ser necessário aumentar a área cultivada.
Evolução da produção, rendimento e uso de solo para cultivo de cereais, 1961-2018
Dados mundiais
Dados de Portugal
Fonte: Our World in Data
Embora tenha permitido aumentar a produtividade agrícola e acabar com a fome em muitas partes do mundo, têm sido apontadas críticas à Revolução Verde, nomeadamente relativas à alteração dos ecossistemas para implementação da agricultura (por norma extensiva), à erosão e ao esgotamento dos recursos do solo, pela produção intensiva e pelo aumento do abandono rural por parte dos pequenos proprietários.
História
A floresta portuguesa ocupa hoje mais de um terço do território português, uma área quase quatro vezes superior à do início do século XIX. As florestas primitivas de carvalhos desapareceram, sendo a floresta atual maioritariamente plantada. As alterações resultam da ação humana sistemática sobre o território, associada aos grandes fatores socioeconómicos que marcaram a dinâmica rural e a história portuguesa nos últimos 200 anos.
Caso de Estudo
Manter um teor adequado de matéria orgânica no solo é um dos fatores essenciais para o seu equilíbrio e conservação, assim como para a manutenção da produtividade vegetal, tanto agrícola como florestal. Reforçar este teor onde ele escasseia é um dos objetivos do projeto URSA – um exemplo inspirador de criação de valor através de práticas circulares, para conhecer neste artigo em colaboração com David Catita.
Caso de Estudo
As florestas têm um papel importante no ciclo hidrológico e na proteção contra a erosão e a degradação do solo. No entanto, as perturbações derivadas das alterações climáticas estão a afetar a sua resiliência. O projeto europeu “LIFE Resilient Forests” tem como principal objetivo desenvolver uma ferramenta de apoio à gestão florestal integrada ao nível da bacia hidrográfica para promover ecossistemas e florestas mais resilientes. Conheça o caso de estudo nacional do projeto, neste artigo em colaboração com Maria Gonzalez e Miguel Almeida.