Pragas e Doenças
As tílias são geralmente resistentes a diferentes fatores de stress, tanto aos ambientais, como aos que decorrem dos componentes vivos dos ecossistemas (stress abiótico e biótico, respetivamente), mas existem várias pragas das tílias, com diferentes organismos que podem atacar as folhas, tronco e raízes destas árvores.
Embora a maioria das pragas das tílias não lhes cause problemas muito significativos, estes ataques podem enfraquecer as árvores e torná-las menos resistentes a outros fatores de stress, incluindo a poluição das cidades, que são os locais onde estas espécies são mais comuns em Portugal.
Entre os organismos que podem ser causar pragas das tílias, refiram-se:
– Oomicetas do género Phytophthora: as fitóftoras são agentes patogénicos muito agressivos do grupo dos oomicetas (organismos unicelulares semelhantes a fungos) e, entre os organismos que causam pragas das tílias, são dos que geram mais preocupação. Estes organismos vivem no solo e atacam as raízes das plantas, causando podridão radicular e cancros que podem levar à sua morte.
Têm sido registados cancros causados por fitóftora em várias espécies florestais, incluindo castanheiros, carvalhos e tílias. Algumas espécies de Tilia têm sido afetadas por Phytophthora cactorum e por Phytophthora citricola, e a tília-das-folhas-pequenas (Tilia cordata) é sensível à Phytophthora plurivora.
– Fungos Armillaria spp.: estes fungos formam uma rede branca de micélio na base das árvores que parasitam, causando a podridão da raiz das árvores hospedeiras. Em áreas inundadas, esta podridão pode levar à morte das raízes e das plantas.
– O fungo Schizophyllum commune pode colonizar a casca das tílias: é um organismo comum e cosmopolita, que surge nos troncos de vários hospedeiros, reciclando (decompondo) a matéria orgânica.
– Fungos que se alimentam de madeira (fungos xilófagos) também podem atacar as tílias: o ataque pode acontecer por parte de vários géneros, como Stereum spp, Trametes spp. e Laetyporus sulphureus, que crescem nas árvores e podem ser parasitas, causando podridão da madeira.
– Afídeos sugadores de seiva, incluindo pulgões e ácaros: as tílias são sensíveis ao ataque de afídeos sugadores de seiva, que excretam melada, uma substância açucarada na qual se desenvolvem, por vezes, fungos microscópicos de cor negra, vulgarmente designado por fumaginas. Quando as infestações por afídeos são severas, as fumaginas podem bloquear a luz, impedindo-a de chegar às folhas, o que pode levar ao seu amarelecimento e atrofia. (A melada produzida costuma acumular-se no solo, sob as copas, atraindo formigas e tornando o chão pegajoso).
– Lagartas de traças desfolhadoras: as tílias também são suscetíveis a ataques das lagartas de traças desfolhadoras, nomeadamente a limantria (Lymantria dispar), que além de atacar as tílias também ataca sobreiros e azinheiras, e a Lymantria monacha. As lagartas destas traças podem ser encontradas nos troncos e folhas, levando à perda de folhas na primavera, o que pode diminuir o crescimento das árvores.
As tílias são ainda hospedeiras de outras traças, como a Stigmella tiliae, uma minadora das folhas que ataca entre julho e outubro, e a esfinge-da-tília (Mimas tiliae), cujas lagartas se alimentam de folhas.
– Ácaro Eriophyes tiliae: este ácaro leva à formação de galhas nas folhas, que podem ser protuberâncias amareladas ou avermelhadas que se elevam na folha como pequenas bolhas ou picos.
Se identificar tílias com danos ou sintomas de problemas de saúde nas zonas urbanas poderá contactar a junta de freguesia ou a divisão de ambiente e espaços verdes que existe habitualmente nas Câmaras Municipais. Em zonas florestais, o contacto deve ser o Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal ou a área de fitossanidade do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Pragas e Doenças
As novas doenças não afetam só os seres humanos. As plantas também se deparam com organismos recém-chegados, que ameaçam a saúde e vida de centenas de espécies, com consequências negativas para o equilíbrio dos ecossistemas e graves perdas para a produção florestal e agrícola.
Indicadores Florestais
Em Portugal, a idade das florestas situa-se, na maioria dos casos, entre os 20 e os 80 anos, uma tendência em linha com a Europa. Em termos de saúde, as principais fontes de danos nas florestas são pragas e doenças.