As pragas e doenças afetam a saúde e produtividade da floresta, com prejuízo para os seus produtos e serviços e consequências no equilíbrio deste importante ecossistema terrestre. Mas quais as diferenças entre pragas e doenças florestais e quais os organismos que provocam as mais preocupantes?
Em termos fitossanitários, uma praga é uma espécie de planta, animal ou agente patogénico, nocivo a plantas ou produtos vegetais, define a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. O termo engloba animais que se alimentam de plantas (as pragas no sentido estrito) e também agentes patogénicos, normalmente microscópicos, como os fungos, bactérias e vírus, que causam danos nos tecidos (no caso, as doenças das plantas). A sua ação pode provocar o enfraquecimento das árvores e a diminuição do seu crescimento, deformações, alterações na qualidade da madeira, obstrução e destruição de vasos condutores, destruição de folhas e sementes, e pode até levar à morte da planta.
Os maiores impactes verificam-se em povoamentos que estão debilitados, o que afeta a valorização dos produtos e serviços florestais, seja a madeira, a cortiça, os frutos ou ativos paisagísticos e culturais. As pragas e doenças afetam também a biodiversidade, porque debilitam as plantas, tornando-as mais suscetíveis a outros fatores bióticos e abióticos, e porque a morte de algumas espécies afeta o equilíbrio do ecossistema. Além disso, podem ainda afastar visitantes dos espaços florestais: ninguém quer passear numa área com árvores secas ou deparar-se com lagartas do pinheiro, cujos pelos podem causar reações alérgicas.
Em situações normais, muitos destes agentes bióticos potencialmente nocivos às plantas (fungos, nemátodos, bactérias, vírus, insetos, ácaros e outros artrópodes) estão em equilíbrio com os seus hospedeiros causando poucos ou nenhuns danos. No entanto, quando as árvores são afetadas por secas ou outros episódios climáticos extremos (fatores abióticos) e enfraquecem, estão criadas as condições de desequilíbrio que promovem o crescimento de populações, a agressividade de alguns destes agentes e, consequentemente, o aparecimento de danos. As alterações climáticas têm também provocado alterações nos padrões geográficos e sazonais expectáveis de determinadas pragas e doenças.