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Quando imprimimos uma folha ou lemos um livro raramente pensamos na complexidade que está por detrás de algo tão comum, como o papel. Contudo, a produção de papel é um processo industrial exigente e sofisticado, que combina engenharia e tecnologias de ponta, e envolve dezenas de profissionais com diferentes especializações. Etapa a etapa, eis o processo que transforma a madeira nas folhas de papel que usamos diariamente.
Em Portugal, as principais árvores plantadas para produzir papel são eucalipto e pinheiro-bravo. Na Europa e nos EUA, a maioria são coníferas – espruces e pinheiros – mas também há folhosas, como choupos e carvalhos. No Brasil e na China, os eucaliptos estão entre as mais representativas. O facto de nem todas as espécies se adaptarem às mesmas regiões bioclimáticas dita boa parte das diferenças.
As exportações do sector florestal português aumentaram para mais de 6,4 mil milhões de euros em 2024, 1,9% acima do ano anterior. O principal contributo veio da pasta, papel e cartão, cujas vendas ao exterior representaram mais de metade do total exportado pelo sector, aproximando-se dos 3,3 mil milhões de euros.
Mais de 115 mil pessoas tiveram emprego no sector florestal em Portugal, em 2023. A maioria destes postos de trabalho são criados pelas fileiras industriais da floresta e pela silvicultura. No total, cerca de 20 mil empresas contribuíram para este dinamismo, que é particularmente relevante para revitalizar as áreas rurais.
A floresta europeia estende-se por quase 40% do território do “velho continente” e traz aos 27 países da União Europeia mais de 3 milhões de empregos e um valor bruto anual superior a 200 mil milhões de euros. Mas quais os países com mais floresta na Europa? Serão eles os que mais contribuem para o emprego e valor criado por este sector?
Com um volume de negócios de cerca de 12,3 mil milhões de euros na indústria de base florestal e de mais de 1,2 mil milhões de euros nas empresas silvícolas em 2023, a economia da floresta tem um impacte muito significativo nas contas nacionais. De fora ficam valores não contabilizados e difíceis de mensurar, como o contributo para o turismo de natureza, a biodiversidade ou a produção de oxigénio, entre muitas outras atividades que contribuem para a economia da floresta.