Desde os trabalhos de exploração florestal no terreno ao comércio de materiais florestais, passando pelas indústrias que transformam a matéria-prima em produtos indispensáveis ao dia a dia, a floresta portuguesa é uma fonte de riqueza transversal aos sectores primário, secundário e terciário. Este valor abrangente reflete-se também na dimensão do emprego florestal e empresas criadas: em 2019, havia quase 100 mil pessoas ao serviço e mais de 19 mil empresas.
Vejam-se as estatísticas oficiais. Em 2019, o sector representou 2,31% do emprego nacional e empregava 99649 pessoas diretamente na silvicultura, nas indústrias de base florestal, em parte do comércio de materiais da floresta e na atividade dos sapadores florestais. Neste ano – o último sobre o qual existe, à data, informação oficial – silvicultura e indústria somam perto de 92,5 mil pessoas empregadas, mais 2426 do que em 2018.
Contudo, estes valores divulgados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística (para número de empresas e pessoal ao serviço) e pelo Pordata são parciais. Não incluem os dados das pessoas ao serviço das empresas de comércio grossista de cortiça e madeira em bruto (ainda não disponíveis), nem a informação relativa a outras atividades – como a apanha e venda de produtos florestais não lenhosos (ervas aromáticas ou cogumelos), o comércio de papel, cartão ou mobiliário, por exemplo – que as estatísticas oficiais acessíveis para consulta não permitem conhecer com precisão.
Os últimos valores conhecidos, referentes a 2016 e disponibilizados pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, apontavam para 25580 empregos no comércio florestal: quase 8,5 mil empregos no retalho de mobiliário; perto de 4,9 mil no comércio por grosso de madeira em bruto e produtos derivados; cerca de 6 mil empregos no comércio por grosso de cortiça e outros produtos não lenhosos e outros 6 mil no comércio por grosso de papel, cartão e seus artigos.