Toneladas de materiais orgânicos derivados de plantas, animais e até microrganismos são geradas anualmente. Esta biomassa, muitas vezes descartada como resíduo, contém elementos como proteínas, açúcares, gorduras, fibras e lenhina que, depois de extraídos, podem ter um amplo número de aplicações de elevado valor. É este valor que as biorrefinarias podem potenciar.
A produção de bioenergia, incluindo calor, combustível ou eletricidade, esteve na base das primeiras biorrefinarias, mas em várias destas instalações podem já obter-se solventes, aditivos, lubrificantes, tintas e revestimentos, aromas e fragâncias, entre muitos outros químicos e materiais que vão desde compósitos e polímeros (bioplásticos), a fibras, resinas e fertilizantes orgânicos. E podem também sintetizar-se compostos bioativos com aplicação em medicamentos, cosmética e em alimentos para consumo humano e animal.
A transformação da biomassa em novos biomateriais assenta em vários processos complexos – químicos, bioquímicos, mecânicos, termomecânicos ou termoquímicos – com diferentes graus de sustentabilidade, consoante os procedimentos, subprodutos e fontes de energia.